Intel vence 2ª fase de contrato para criar chips para o Pentágono

Empresa irá usar suas fábricas no Arizona e Oregon para desenvolver protótipos de chips, integrando módulos de outros fornecedores
Rafael Rigues02/10/2020 19h11

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A Intel anunciou nesta sexta-feira que ganhou a segunda etapa de um contrato para ajudar o Departamento de Defesa dos EUA a produzir chips mais avançados dentro dos Estados Unidos.

Segundo a agência de notícias Reuters, a empresa irá usar suas fábricas no Arizona e no Oregon para ajudar os militares a desenvolver protótipos de chips. Para isso, usará uma tecnologia sua que permite que “módulos” (chiplets) de diversos fornecedores sejam combinados em um só chip, algo que além de resultar em um produto fisicamente menor, ajuda a reduzir o consumo de energia.

A Intel já havia ganho parte da primeira etapa do contrato, em 2019. O valor para esta nova etapa não foi divulgado. O projeto está sendo supervisionado pelo Naval Surface Warfare Center, Crane Division.

Por questões de segurança nacional, o Departamento de Defesa dos EUA vem aumentando seus esforços para produzir chips no país. Atualmente 75% da produção mundial vem da Ásia, de “Foundries” como a TSMC em Taiwan e Samsung na Coreia do Sul.

Muitos desafios

No mercado consumidor, a Intel vem enfrentando vários desafios. Em junho deste ano a Apple anunciou que deixará de usar os processadores da empresa em seus Macs, substituindo-os por chips desenvolvidos “em casa” e baseados na arquitetura ARM, derivados dos já usados no iPhone e iPad.

Em termos de volume de vendas a migração não representa uma grande perda para a Intel, mas certamente prejudica a imagem da tecnologia da empresa, já que a Apple apresenta seus chips como sendo mais rápidos e sofisticados que os da antiga parceira.

Em outra frente, a demora da Intel em implementar um processo de 10 nanômetros para a produção de chips reacendeu uma disputa dormente com a AMD, sua rival de longa data, que com seus chips baseados na arquitetura Ryzen vêm ganhando espaço entre os usuários que exigem alto desempenho, como gamers, e até mesmo no mercado de notebooks, onde nunca teve participação expressiva.

Fonte: Reuters

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital