Intel detalha 8ª geração de processadores com mais um golpe à Lei de Moore

Renato Santino13/02/2017 15h50

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A Intel publicou detalhes sobre a oitava geração de seus processadores Core, com o codinome Coffee Lake, com previsão de lançamento para a segunda metade de 2017. A parte mais curiosa do anúncio é o fato de que a empresa ainda não está pronta para abandonar o processo de 14 nanômetros.

Até 2014, a Intel adotava uma estratégia chamada “Tick-Tock”. Em um ano, a empresa apresentava chips “tick”, que trazia uma redução da microarquitetura anterior, e, no ano seguinte, o “tock” traria uma nova microarquitetura. A regra traçava um ritmo claro de evolução a cada dois anos, seguindo a Lei de Moore.

No entanto, a dificuldade em reduzir transistores além dos 14 nm fez com que a empresa passasse a adotar uma nova estratégia, de três etapas, chamada “Process, Architecture, Optimization”. O problema é que a Intel não foi capaz de seguir seu novo modelo estratégico, mantendo os 14 nm pelo quarto ano consecutivo. Antes do Coffee Lake, a empresa já havia apresentado os chips Broadwell (“Process”), Skylake (“Architecture”) e Kaby Lake (“Optimization”). Ou seja: a nova geração deveria trazer um novo processo, mas o que se verifica é uma segunda fase de otimização, transformando o Coffee Lake em uma anomalia.

Mesmo mantendo os 14 nm, a Intel diz que os novos processadores devem oferecer um aumento de 15% em desempenho em relação à geração passada, embora a empresa não informe como vai extrair mais poder computacional do mesmo processo pelo quarto ano consecutivo.

A Intel ainda não detalhou os produtos que carregarão a bandeira da oitava geração dos processadores Core, mas espera-se que o i7 padrão tenha seis núcleos de processamento. Atualmente, a empresa só oferece mais de seis núcleos nos chips Xeon e nos modelos Extreme Edition, que são muito mais caros.

Assim, os processadores Cannon Lake, que trarão o processo de 10 nm, seguem sem uma data de lançamento. Enquanto isso, os primeiros processadores de 10 nm chegarão às mãos dos consumidores neste semestre graças ao Snapdragon 835, da Qualcomm, que deve estar presente em vários celulares top de linha lançados ao longo do ano.

Via Ars Technica

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital