Intel anuncia que não vai mais ‘financiar’ conflitos na África

Redação07/01/2016 14h07, atualizada em 07/01/2016 14h20

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Muitos países do continente africano passam atualmente por guerras civis ou conflitos armados onde atuam, também, muitas mineradoras. Durante anos, empresas como Apple e HP têm comprado minerais extraídos dessas regiões para usar em seus produtos – e, assim, financiam indiretamente essas disputas armadas. A Intel é uma das fabricantes que não vai mais participar desse ciclo.

Em seu painel na CES 2016 (maior feira de tecnologia do mundo, realizada esta semana nos Estados Unidos), a empresa anunciou que, até o fim de 2016, todos os seus produtos serão fabricados sem o uso de minérios que têm origem em zonas de conflito. A decisão foi feita com base em uma recomendação da ONG Human Rights Watch (HRW).

O objetivo da Intel com a mudança é também responder a uma cobrança de seus consumidores. Em uma pesquisa realizada no final do ano passado, a empresa constatou que o público mais jovem (entre 15 e 25 anos de idade) dá muita importância à relação entre os produtos que consomem e regiões em conflito na África.

Um país considerado grande exportador de lata, tântalo, tungstênio e ouro é a República Democrática do Congo. Segundo a HRW, o dinheiro feito com a exportação desses minérios para empresas de tecnologia invariavelmente acaba abastecendo milícias e outras organizações paramilitares que lutam pelo controle de certas regiões do país – e até fora dele.

Embora tenha comemorado a decisão da Intel, Juliane Kippenberg, diretora da HRW, disse que ainda há muito o que grandes empresas podem fazer para avançar o desenvolvimento humano em países como o Congo. “Se a Intel consegue [evitar o uso de material oriundo de regiões em conflito], então outras empresas podem fazer o mesmo. E também acreditamos que a devida diligência deve ser dada a casos de trabalho infantil”, disse.

Via Intel

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital