Indústria eletrônica brasileira se reorganiza para apoiar combate à Covid-19

Com dificuldade de importação de equipamentos médicos, linhas de produção nacionais são reajustadas para acelerar o abastecimento interno
Renato Santino06/04/2020 18h18, atualizada em 06/04/2020 18h20

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Desde fevereiro surgem notícias de que a indústria eletrônica do Brasil teve suas atividades profundamente afetadas pelo coronavírus. Agora, as empresas do setor estão se reorganizando como podem para ajudar no combate à Covid-19, preparando-se para produzir componentes médicos.

A Flex (ou Flextronics Brasil), que chegou a paralisar a produção de celulares da Motorola por falta de peças e chegou a dar férias coletivas para seus funcionários, confirmou que separará parte de suas plantas para produzir ventiladores pulmonares em grande escala. O equipamento se tornou fundamental na luta contra a Covid-19, permitindo que os doentes continuem respirando. Mais companhias do setor também se preparam para auxiliar na produção dos modelos vendidos no Brasil.

A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), aponta também o caso da Positivo, conhecida marca de eletrônicos brasileira, que junto de outras empresas da área, se comprometeu produzir componentes para a montagem dos ventiladores.

A reorganização industrial se mostra fundamental neste momento em que, como o próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta tem reforçado, a importação de equipamentos médicos se tornou uma tarefa complexa. Como o mundo inteiro está passando pela mesma crise, a competição por equipamentos, especialmente os fabricados na China, se tornou brutal.

Há outros tipos de ajuda neste momento. No caso da LG, a empresa se comprometeu a doar equipamentos eletrônicos para os hospitais de campanha que estão em construção em São Paulo para atender aos pacientes da Covid-19. A fabricante de equipamentos de rede e telecomunicações Nokia (não confundir com a HMD Global, que anunciou chegada ao Brasil com celulares da marca Nokia) também ofereceu ajuda da sua forma, com a criação de um sistema de prevenção epidêmica, que será oferecido aos governos para identificação de pessoas vulneráveis e controlar quarentenas.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital