IGTV versus YouTube: como o novo app do Instagram se sai diante do concorrente

Redação20/06/2018 21h10, atualizada em 20/06/2018 21h48

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O Instagram lançou nesta quarta-feira, 20, o IGTV, uma nova plataforma dedicada exclusivamente a vídeos que promete bater de frente com um gigante do ramo: o YouTube. Apesar disso, os dois serviços têm mais diferenças do que semelhanças.

Primeiro, vamos ao que os dois têm em comum. Tanto o IGTV quanto o YouTube têm seus próprios aplicativos para Android e iOS. Em ambos, qualquer pessoa pode subir os próprios vídeos através do celular. Também dá para subir vídeos para o IGTV pelo PC, mas não dá para vê-los – o feed é exclusivo do app.

Também é possível fazer transmissões ao vivo no IGTV, assim como no YouTube. Cada usuário precisa ter seu próprio canal para fazer upload de conteúdo (no caso do IGTV, esse canal funciona separadamente do perfil no Instagram).

Quanto mais famoso o canal, mais recursos o serviço oferece. No IGTV, usuários comuns podem subir vídeos de até 10 minutos. No YouTube, esse limite é de 15 minutos. Contas verificadas no IGTV podem postar até 60 minutos de conteúdo – no YouTube, até 12 horas.

E é aí que começam as diferenças. O IGTV só aceita vídeos feitos na vertical, com proporção mínima de 4:5 e máxima de 9:16. Já o YouTube aceita os dois formatos, vertical e horizontal, e adapta o player de acordo com cada vídeo.

Como o YouTube já está na praça há muito tempo (desde 2005), o serviço já oferece opções de monetização de vídeos, exibindo propagandas no meio do conteúdo que se convertem em dinheiro para o Google e também para o canal que permite a inserção da propaganda.

No IGTV, porém, ainda não existe monetização. Mike Krieger, o brasileiro co-fundador do Instagram, disse em evento realizado nesta quarta que, por enquanto, o objetivo da empresa é atrair criadores de conteúdo, para só depois começar a pensar em publicidade e formas de gerar renda para a rede social e para os canais.

Os aplicativos

Ao abrir o IGTV pela primeira vez e fazer login, o usuário dá de cara com uma tela repleta de vídeos. Na parte superior, imagens de algum conteúdo selecionado pelo app que esteja em alta sendo reproduzido sem som. Abaixo, outros vídeos populares separados em cards.

Ao abrir o YouTube no celular, por sua vez, o que o usuário vê é uma lista de vídeos em cards, nenhum sendo reproduzido automaticamente. As recomendações são feitas com base no seu histórico de navegação e interesse registrado pelo Google no próprio YouTube ou no Chrome.

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O IGTV possui quatro abas principais: “Para você”, mostrando sugestões com base nas suas curtidas e contas que você segue; “Seguindo”, com o conteúdo dos canais que você segue; “Populares”, com conteúdo em alta entre todos os usuários; e “Continuar assistindo”, com seu histórico de visualizações.

Já o YouTube tem quatro abas principais: “Início”, com sugestões baseadas nos seus interesses; “Em alta”, com vídeos populares entre todos os usuários; “Inscrições”, com o conteúdo produzido pelos canais em que você se inscreveu; “Caixa entrada”, com mensagens trocadas entre você e amigos pelo app; e “Biblioteca”, que abriga o seu histórico de visualizações, os vídeos que você subiu, compras e playlists.

Em qualquer página que você estiver, o IGTV sempre mostra uma barra de pesquisa para você procurar por palavras-chave. No YouTube, há um onipresente ícone de lupa no canto da tela.

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Ao selecionar um vídeo para ver no IGTV, você vai perceber que ele começa a ser exibido na parte de cima da tela sem som. Para abrir o vídeo em tela cheia, é preciso tocar na parte de cima. O player exibe opções para curtir, comentar ou enviar como mensagem aquele conteúdo.

Já o YouTube possui mais informação. Ao tocar num vídeo para ver no app, o conteúdo começa a ser reproduzido com som e num player menor, no topo da tela. Dá para ver também comentários e vídeos recomendados logo abaixo. Tocando no player, é possível conferir um botão que preenche a tela do celular com todo o vídeo.

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Conclusão

Dá para perceber que a proposta dos dois serviços é diferente. O IGTV é mais focado na experiência para celular, com vídeos sempre na vertical e cuidado ao reproduzir o som. Embora esteja ainda no começo da sua vida útil, a plataforma também dá mais destaque a influenciadores e celebridades da web do que a publishers e canais mais profissionais de audiovisual.

Já o YouTube é um serviço mais maduro e que nasceu muito antes da era mobile. O aplicativo tem se esforçado para se adaptar aos usuários modernos, mas ainda traz muita coisa do PC, o que deixa a interface um tanto poluída com recursos e opções. Neste sentido, ele é bem mais “profissional” e menos intuitivo que o IGTV.

Ainda é cedo para dizer qual dos dois é “melhor”. O YouTube é, ainda, a principal referência quando o assunto é vídeo na internet, deixando para trás muitos competidores, como o Vimeo e até mesmo o Facebook, que vem tentando expandir sua oferta de vídeo, sem muito sucesso.

O Instagram tem a vantagem de ter nascido na era dos smartphones e ter alcançado a marca de 1 bilhão de usuários, com sua própria comunidade de criadores de conteúdo e “influenciadores”. Já o YouTube tem 1,8 bilhão de usuários no mundo todo, com canais faturando muito dinheiro através da audiência e dos programas de parceria e monetização.

Só o tempo dirá se o IGTV tem conteúdo e fôlego para superar o rei dos vídeos na web, o YouTube, e se a plataforma do Google vai conseguir manter-se no topo por muito mais tempo, mesmo com a ameaça desta nova geração.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital