Huawei se diz pronta para não depender mais do Google

Colocada numa lista de restrição de comércio pelo governo dos EUA, a empresa chinesa afirmou que tem capacidade de desenvolver seu próprio sistema
Renato Mota30/01/2020 18h39

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Enfrentando dificuldade há meses, depois que foi banida da loja de aplicativos do Google, a chinesa Huawei pode estar tomando uma posição ousada. Um representante da empresa afirmou que, mesmo que a proibição de acesso seja revogada, a companhia não voltará a integrar aplicativos Google aos seus smartphones.

Em uma entrevista em Viena, um gerente da Huawei na Áustria, Fred Wangfei, disse ao jornal Der Standard que a empresa quer se livrar de qualquer dependência de produtos dos Estados Unidos. Wangfei também menciona que, mesmo que a proibição nos norte-americana seja revogada e o acesso aos aplicativos do Google seja restaurado para a Huawei, a empresa não começará a usá-los novamente.

Consultada pelo site 9to5Google, a empresa foi mais cautelosa. Em nota, afirmou que “um ecossistema Android aberto” ainda é sua primeira escolha. “Mas se não formos capazes de continuar a usá-lo, temos a capacidade de desenvolver o nosso”, completou o comunicado.

A Huawei está sem suporte para o Android desde maio, quando entrou numa na lista de restrição de comércio feita pelo governo Donald Trump — uma relação de empresas que não podem comprar tecnologia de companhias norte-americanas sem a aprovação do governo. O Google cortou a licença do Android para os celulares da marca, deixando aparelhos sem acesso a atualizações futuras do sistema operacional e restrita a updates do Android Open Source Project (AOSP).

Porém, apesar de vir sem os aplicativos oficiais da marca (Gmail, Docs, Duo, Calendar, Fotos e outros) e sem acesso à Play Store, o smartphone Mate 30 Pro, primeiro a ser lançado sob as novas condições, conseguiu obter lucros consistentemente e manter seu lugar no mercado de celulares.

A aparência do EMUI da Huawei é semelhante ao que o Google oferece, como uma maneira de facilitar as coisas para os desenvolvedores. Há já algum tempo, a Huawei está trabalhando na substituição do Google Play Services e, nesta entrevista, Wangfei diz que 24 de 60 APIs essenciais foram replicadas. A Huawei também construiu sua loja “AppGallery” como um substituto para o Google Play.

No início da noite desta quinta-feira (30), a assessoria de imprensa da Huawei no Brasil enviou a seguinte nota ao Olhar Digital:

“Um ecossistema aberto baseado em Android continua sendo a primeira opção da Huawei. Caso a empresa não possa mais utilizá-lo, tem as ferramentas necessárias para desenvolver o seu próprio ecossistema.”

Via: 9to5Google

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital