A próxima sexta-feira (05), não será uma data fácil para a Samsung. A sul-coreana deve divulgar uma queda de mais de 50% no lucro do segundo trimestre. Isso porque houve uma queda na demanda por chips de memória pela Huawei — o que aumentou a pressão sobre os preços do componente.
O balanço do período será o mais fraco em quase três anos. E Samsung deve levar alguns meses para se recuperar, uma vez que o excesso de oferta dos chips continua, segundo analistas.
A sul-coreana é a maior fornecedora de chips DRAM e NAND e a maior fabricante de celulares do mundo — a Huawei aparece logo em seguida, na segunda colocação. Globalmente, empresas têm sido forçadas a interromper e reduzir negócios com a chinesa, vide sanções comerciais impostas pelos EUA contra a Huawei.
“Como não há muitas empresas que possam comprar chips no lugar da Huawei, a Samsung tem que cortar preços para vendê-los”, disse Jay Kim, analista da Sangsangin Investment.
Contudo, ainda que tenha havido expressiva diminuição nas vendas dos seus chips, a divisão de celulares da Samsung tirará proveito de uma queda de quase 40% nas vendas internacionais de aparelhos da Huawei. Até agora, a chinesa tem apoio suficiente de seu país, dono do título de maior mercado de smartphones do mundo, para manter sua posição no ranking global.
A comercialização de chips representa mais de dois terços do lucro da Samsung. Um mercado de celulares saturado e a diminuição na demanda de centros de processamento de dados pressionam os preços desses componentes.
A TrendForce, plataforma especializada em mercado, oferta e demanda, calcula que os preços de chips DRAM caíram 25% até junho desse ano. No mês passado, a empresa reduziu a projeção do declínio, que já era estimado em 10%, para 15 a 20% neste Q3 (julho a dezembro).
No dia 05 de julho, a Samsung deve compartilhar com a comunidade mundial uma queda de 60% no lucro operacional de abril a junho. Isso significaria menos 6 trilhões de wons (5,14 bilhões de dólares) na receita da companhia. Os dados são Refinitiv SmartEstimate, com base em estimativas de 29 especialista do setor.
(Por Ju-min Park e Sangmi Cha – Reuters)