Híbrido de PC e celular da Microsoft pode ser cancelado antes de ser lançado

Renato Santino02/07/2018 18h34

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Nos últimos meses, cresceu a expectativa pelo Andromeda, codinome de um aparelho misterioso da Microsoft que carregaria a marca Surface que teria duas telas, com uma dobradiça ligando as duas partes do aparelho e seria um híbrido de celular e PC. Esperava-se que o dispositivo pudesse ser lançado ainda em 2018, mas ao que tudo indica ele vai atrasar, com a chance real de que ele seja cancelado definitivamente.

O atraso, segundo a jornalista Mary Jo Foley, uma das maiores especialistas em Microsoft, se deve ao fato de que o código necessário para o Andromeda não será incorporado à próxima grande atualização do Windows 10, programada para outubro. Assim, no melhor dos casos, o dispositivo poderia ser lançado a partir da atualização seguinte, no primeiro semestre de 2019, mas não há qualquer garantia.

O caso do Andromeda é curioso, porque ele ainda é um segredo, mas não muito bem guardado. Há patentes, APIs do Windows e indícios como suporte a telefonia e telas duplas com uma dobradiça que indicam que o dispositivo está em desenvolvimento. Mais do que isso: um comunicado interno vazado fala exatamente sobre esse tipo de produto, confirmando as suspeitas. No entanto, como nenhum executivo da empresa fala abertamente sobre o tema, o cancelamento é sempre uma possibilidade.

Segundo a publicação, existem algumas barreiras na concretização do projeto Andromeda. A primeira delas é interna: o desenvolvimento iniciou na gestão de Terry Myerson liderando a área de dispositivos da Microsoft, e o executivo não está mais na empresa, de modo que as prioridades já não são mais as mesmas.

O maior problema, no entanto, é filosófico. Há discussões sobre o propósito do Andromeda, o que poderia fazer com que o aparelho seja definitivamente cancelado. A Microsoft sabe melhor do que ninguém que não adianta lançar um produto que ninguém quer comprar, então a empresa precisa encontrar um público e as vantagens claras que seu aparelho tem a oferecer. As desvantagens já estão evidentes: por ser um aparelho portátil, a empresa precisaria de software e aplicativos otimizados para telas pequenas, e o fiasco do Windows 10 Mobile mostra que essa não é uma barreira fácil de ser superada.

A empresa já tem um histórico com esse tipo de cancelamento. Em 2014, quando os tablets ainda estavam em alta e todos corriam atrás do iPad, era esperado o lançamento do Surface Mini, de 8 polegadas. No entanto, a empresa decidiu matá-lo pouco antes do evento que deveria anunciá-lo. De lá para cá, várias fotos do produto já surgiram, provando que ele de fato existiu e por pouco não chegou ao mercado.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital