Há 25 anos, Windows 95 era lançado e mudava a história da computação

Sistema operacional marcou o início da popularização da computação pessoal e trouxe recursos que são marcas do Windows até hoje
Renato Santino24/08/2020 19h19, atualizada em 24/08/2020 19h40

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Qual foi o seu primeiro computador? São grandes as chances de que, seja qual for a configuração do seu primeiro PC, ele rodava o Windows 95, principalmente se você tem entre 30 e 40 anos. O sistema operacional, que completa 25 anos nesta segunda-feira, 24 de agosto, marcou uma mudança drástica no mercado computadores, que coincidiu com a popularização e facilitação do acesso à computação pessoal.

O Windows 95 foi mais do que uma atualização do Windows 3.1. Ele cimentou a interface gráfica como método de interação como método de interagir com computadores, reduzindo a dependência das linhas de comando, e ainda por cima trouxe estanques presentes até hoje no Windows 10.

Provavelmente a maior revolução do sistema foi o Menu Iniciar, que, não por acaso, se tornou central para a campanha publicitária no lançamento do Windows 95. A empresa fechou um acordo para licenciar a música “Start Me Up”, da banda Rolling Stones, da qual abusou durante a promoção de seu novo software, que fazia referência justamente ao “Start Menu”. O botão no cantinho esquerdo inferior da tela se tornou tão intrínseco ao Windows que uma alteração em seu funcionamento, como visto no Windows 8, contribuiu para o desastre nas vendas do sistema operacional, e forçou a Microsoft a reverter a mudança com a versão 10.

A música também proporcionou uma das situações mais constrangedoras da história da Microsoft, quando executivos da empresa subiram ao palco para dançar ao som da faixa sem qualquer traquejo para isso. Steve Ballmer, como sempre, se empolga, mas é possível perceber com clareza o desconforto de Bill Gates:

Além do menu, que facilitou acesso ao conteúdo no computador, o Windows 95 introduziu outro recurso importantíssimo: a barra de tarefas, que significou um salto gigantesco na capacidade multitarefa do sistema, permitindo alternar facilmente entre programas abertos com o clique de um mouse.

O sistema trazia outras características que permanecem com o Windows até hoje, incluindo a primeira versão do Internet Explorer. Ele era adaptado para a internet de uma forma geral, com suporte a conexões discadas e o novo sistema de plug-and-play, facilitando a instalação de hardware. Durante a apresentação do Windows 95, no entanto, esse recurso falhou miseravelmente, criando uma das telas azuis mais marcantes da história do sistema. O rapaz no vídeo abaixo se chama Chris Capossela, e se tornou diretor de marketing e vice-presidente da Microsoft alguns anos no futuro, mesmo com o “mico” no palco.

O lançamento do Windows 95 também precedeu um fenômeno que vemos até hoje: filas para adquirir um novo produto logo no seu primeiro dia no mercado, que acontece principalmente com a chegada de novos iPhones. Foram 7 milhões de cópias vendidas em 5 semanas, em uma época na qual a computação pessoal não era tão presente quanto hoje. A campanha de US$ 200 milhões realizada pela Microsoft garantiu o “hype” do novo sistema, dando origem a fotos como visto abaixo.

Na ocasião, também houve manifestações contra o Windows 95. Um grupo batizado de “Comitê para Combater a Microsoft” (Comitee to Fight Microsoft) tentou convocar um boicote global contra o sistema operacional, levando a questão para o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que buscava o banimento do software. A preocupação principal era de que os consumidores precisariam atualizar suas máquinas para rodar o Windows 95, levando a custos adicionais ao consumidor que não ficavam claros no momento da compra do produto.

Para referência, estes eram os requisitos mínimos para rodar o Windows 95:

  • PC com processador 386DX ou superior
  • 4 MB de memória RAM
  • 50-55 MB de espaço em disco
  • Drive para disquete de 3,5 polegadas
  • Monitor com resolução VGA (640×480) ou superior (Recomendado SVGA de 800×600 com 256 cores)

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital