Granizo do tamanho de uma bola de vôlei é registrado na Argentina

A tempestade que aconteceu na região de Córdoba gerou pedras tão grandes que pesquisadores querem criar uma categoria só para elas
Renato Mota04/05/2020 16h35

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No dia 8 de fevereiro de 2018, na cidade de Villa Carlos Paz, província de Córdoba, Argentina, caiu uma chuva de granizos tão forte, e com pedras tão grandes, que os pesquisadores estão sugerindo criar uma categoria para classificá-los.

Os cientistas utilizaram fotos e vídeos publicados nas redes sociais, além de algumas amostras guardadas em congeladores, para estudar os granizos gigantescos (“gargantuan hail” no estudo publicado no jornal da Sociedade Americana de Meteorologia), que mediam entre 17cm e 23cm (do tamanho de uma bola de vôlei), com pelo menos um deles chegando a 38 cm – o maior tamanho já registrado.

“É incrível”, disse Matthew Kumjian, professor associado do Departamento de Meteorologia e Ciência da Atmosfera da Penn State, nos Estados Unidos. “Qualquer coisa maior que um quarto desse tamanho já pode começar amassar um carro. Em alguns casos raros, granizos de 15 cm atravessaram telhados de casas”, completa.

O estudo visa entender melhor como esse fenômeno acontece e tentar antecipá-lo, para mitigar seu estrago. Os pesquisadores entrevistaram testemunhas, visitaram locais onde ocorreram danos, coletaram dados fotogramétricos e analisaram observações de radar.

“Um caso tão bem documentado é um importante passo à frente na compreensão de ambientes e tempestades que produzem granizo gigantesco”, disse Kumjian. O granizo geralmente ocorre durante tempestades severas, que produzem correntes de ar fortes que mantêm granizo no ar por tempo suficiente para atingir temperaturas abaixo de zero na alta atmosfera. Mas prever o tamanho do granizo continua sendo um desafio, disseram os cientistas.

Rachel Gutierrez, estudante de pós-graduação da Penn State e coautora do artigo, encontrou uma conexão entre a velocidade de rotação de uma tempestade com o tamanho maior de granizo, mas os estudos ainda são preliminares. “Normalmente, não há muitos dados de tempestades fora dos EUA”, afirma Gutierrez. “Isso mostra que esses eventos malucos e de alto impacto podem acontecer em todo o mundo”.

Via: EurekaAlert

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital