Governo de SP vai enviar alertas por SMS a regiões que ignorarem quarentena

Dados de geolocalização serão fornecidos pelas operadoras de telefonia de forma anônima e agregada
Renato Santino10/04/2020 16h56, atualizada em 10/04/2020 17h00

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Dados coletados por celular mostram que menos pessoas estão respeitando as orientações de isolamento e distanciamento em várias capitais do Brasil. No estado de São Paulo, em breve o governo estadual começará a disparar mensagens SMS para celulares de regiões em que a quarentena esteja relaxando.

Como anunciou em seu Twitter o governador João Doria, o estado fechou parceria com as principais operadoras de telefonia (Claro, Oi, TIM e Vivo) para monitorar dados de geolocalização coletados graças à triangulação das antenas. É uma tecnologia diferente do GPS: medindo a distância entre o celular e as três antenas de celular mais próximas, é possível calcular com uma certeza razoável a posição do usuário no mapa.

Os dados são agregados e anônimos. Isso quer dizer que, ao menos em teoria, não é possível isolar apenas um cidadão que esteja desrespeitando as orientações. O que os dados permitem entender são tendências mais amplas, como observar se as pessoas de determinada região estão se deslocando mais frequentemente do que deveriam. Assim, mensagens SMS de alerta seriam disparadas para os celulares de regiões que não estão respeitando a quarentena, e não para um indivíduo específico.

O acompanhamento de dados de geolocalização de celulares no Brasil não é uma exclusividade de São Paulo. A prefeitura de Recife foi a primeira a anunciar o uso da tecnologia para monitoramento de cidadãos graças a uma parceria com a startup In Loco. Pouco tempo depois, o governo federal também anunciou que coletaria dados de localização recebidos das operadoras de telefonia.

A questão é complexa, mas tem sido uma medida comum em todo o planeta. A Coreia do Sul, que adotou o monitoramento de celulares de forma ostensiva para combater o coronavírus, tem conseguido controlar a Covid-19 como nenhum outro país. Outros países também começaram a adotar o acompanhamento de geolocalização em diversos níveis: Estados Unidos, Itália, Israel, Taiwan e tantos outros. No entanto, associações que defendem a privacidade online discutem que esse tipo de acompanhamento é pouco eficiente.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital