Governo de SP anuncia programa de retomada de atividades econômicas

Plano conta com cinco fases de relaxamento de medidas de isolamento social; Cidade de São Paulo pode dar início a reabertura de shoppings e escritórios a partir de 1º de junho
Redação27/05/2020 22h10, atualizada em 27/05/2020 23h04

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O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quarta-feira (27) um programa de flexibilização das regras de isolamento social no estado. O plano “Retomada Consciente” prevê a prorrogação da quarentena por 15 dias, a partir de 1º de junho, mas permite que prefeitos autorizem a reabertura de estabelecimentos com base em indicadores atribuídos às regiões dos municípios.

O modelo estabelece cinco fases representadas em cores, cada uma delas permite a retomada de determinadas atividades. Os parâmetros são definidos conforme uma série de critérios, como a taxa de ocupação de UTIs, o total de leitos hospitalares por 100 mil habitantes e dados epidemiológicos de mortes e infecções pelo novo coronavírus.

“Ela [a retomada de atividades] será possível nas cidades que tiverem redução consistente do número de casos, disponibilidade de leitos em seus hospitais públicos e privados e estiverem obedecendo o distanciamento social nos ambientes públicos, além da disseminação e do uso obrigatório de máscaras”, afirmou Doria em coletiva de imprensa.

A Fase 1 (vermelha) impõe o rigor máximo de medidas de distanciamento social. Municípios enquadrados nessa categoria podem manter o funcionamento apenas de serviços essenciais.
A Fase 2 (Laranja) é a primeira etapa de afrouxamento, os prefeitos poderão determinar a abertura de concessionárias, atividades imobiliárias, escritórios, comércio varejista e shoppings. As atividades ainda devem seguir algumas restrições e protocolos de segurança. Shoppings, por exemplo, serão obrigados a adotar ações para evitar aglomerações.

Indicadores de fases de reabertura programa Retomada Consciente. Imagem: Reprodução

Indicadores de fases de reabertura programa Retomada Consciente. Imagem: Reprodução

A fase 3 (amarela) flexibiliza restrições para imobiliárias e escritórios enquanto autoriza a reabertura de bares, restaurantes e salões de beleza. A fase 4 (verde) libera o funcionamento de academias. Já a fase 5 (azul) permite a retomada de todos os setores da economia, incluindo serviços e eventos que geram aglomerações, como cinemas e teatros, desde que sejam respeitados protocolos de higiene e distanciamento social.

Os indicadores serão reavaliados a cada semana e as regiões poderão progredir ou regredir de fase a cada 15 dias.

Em mapa publicado pelo governo, a cidade de São Paulo foi enquadrada na fase 2 (Laranja). Isso significa que a partir do dia 1º de junho, o prefeito Bruno Covas pode dar início à regulamentação da abertura de shoppings, escritórios e comércios, seguindo as devidas restrições.

Nenhuma região do estado foi classificada nas fases 4 e 5. Já a Baixada Santista, a Grande São Paulo e a região de Registro ainda se encontram na primeira fase e, portanto, manterão as medidas máximas de isolamento social.

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Classificação de regiões de acordo com os indicadores do plano “Retomada Consciente”. Imagem: Reprodução

Achatamento da curva

De acordo com o governo, o plano “Retomada Consciente” é uma resposta a sinais de achatamento da curva de contágio da pandemia no estado. “Estamos verificando uma desaceleração do crescimento da epidemia, ainda estamos sim na etapa de crescimento, mas com crescimento em ritmo menor”, afirmou a secretária de desenvolvimento social Patrícia Ellen.

O coordenador do Centro de Contingência para Coronavírus, Dimas Covas Tadeu, afirmou que as medidas de isolamento social impostas pelo estado evitaram até 65 mil mortes no estado. As projeções da administração estadual apontam que, sem as medidas restritivas, São Paulo teria pelo menos 950 mil pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Até esta quarta-feira (27), o estado registrava 86 mil casos da doença, com 6.423 vítimas fatais.

ReproduçãoPainel de projeções do Governo de São Paulo sobre mortes de Covid-19 no estado. Imagem: Reprodução

“As pessoas dizem que as medidas que foram tomadas pelos governadores, pelos prefeitos não surtiram efeito no achatamento da curva. Isso não é verdade e precisa ser contestado com muita veemência. Alguns estão dizendo isso, que apesar de tudo, é grande a quantidade de óbitos que temos em SP e a quantidade de óbitos que temos no Brasil. Na verdade, deveríamos dizer que apesar de todas as medidas, este foi o número de casos, número de óbitos que ocorreram. E ele é muito menor do que se não tivéssemos tomado todas essas medidas”, afirmou João Gabbardo dos Reis, ex-executivo do Ministério da Saúde, que passou a fazer parte do Centro de Contingência para Coronavírus de São Paulo.

Fonte: G1

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital