Governo bloqueia acesso à internet do fundador do Wikileaks

Redação17/10/2016 11h27

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O site de transparência governamental Wikileaks comunicou ontem por meio do Twitter que o acesso à internet de Julian Assange, seu fundador, estava sendo bloqueado por um “agente governamental”. O site não esclareceu se sabia de qual país era esse agente, ou se o país foi mantido oculto por outros motivos.

Embora não tenha divulgado os suspeitos pelo bloqueio, o site diz que já ativou os “planos de contingência” em resposta a essa situação. Também não está claro o motivo do bloqueio, mas é fácil imaginar que trata-se de evitar o envio ou upload de informações sensíveis ao site. O tweet do Wikileaks pode ser visto abaixo:

Recentemente, o Wikileaks divulgou uma série de e-mails referentes à campanha de Hillary Clinton; a nona parte do ‘acervo’ de e-mails foi duvulgada ontem também. Segundo o The Next Web, após a divulgação, a campanha da candidata começou a acusar o Wikileaks de ser um ‘braço de propaganda do governo russo’ trabalhando para garantir a eleição de seu oponente, o candidato republicano Donald Trump.

Trollagem

Como o bloqueio da internet de Assange foi divulgado pelo Twitter, outros usuários puderam interagir com o site e com outras contas em torno do assunto. Um deles resolveu envolver a conta de suporte técnico da Verizon (operadora de telecomunicações dos EUA) na conversa. Seria o equivalente a acionar a conta da NET, Vivo ou Claro WiFi se o caso fosse no Brasil.

“Como podemos ajudar?”, perguntou a conta da operadora. Em seguida, o usuário perguntou: “a que distãncia vocês estão da embaixada equatoriana em Londres?”, ao que a conta respondeu “cerca de nove horas de avião. Você está tendo problemas com nossos serviços no Reino Unido?”. O usuário então respondeu “Sim, meu amigo Julian precisa que consertem a internet dele. Ele está na embaixada”.

Nesse momento, a conta da operadora deixou de responder. Um print da troca de mensagens (em inglês) pode ser visto abaixo:

Reprodução

Histórico

Assange está asilado na embaixada do Equador em Londres desde agosto de 2012, quando recebeu asilo do país. Ele estava em prisão domiciliar em Londres por divulgar documentos governamentais quando recebeu uma ordem da Suécia de extradição para os Estados Unidos por acusações de crimes sexuais. Ele então fugiu de sua prisão domiciliar para a embaixada onde recebeu asilo político.

Por causa do tipo de informações que o site de Assange vazava, muitos governos têm enorme interesse em controlar seus movimentos e em capturá-lo. Um microfone escondido já foi encontrado na embaixada, tentando monitorar as atividades dele. Segundo o governo equatoriano, basta o governo sueco garantir que não o extraditará para os Estados Unidos para que a situação se resolva.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital