Talvez você se lembre do lançamento do primeiro Google Pixel. Foi no longínquo ano de 2016, quando o Google lançou pela primeira vez um celular com sua própria marca (os Nexus tinham muita influência de outras fabricantes) com uma série de cutucadas na arquirrival Apple. Uma das mais curiosas na ocasião foi uma alfinetada pela ausência de entrada para fones no iPhone 7.

O vídeo de divulgação do Pixel era particularmente interessante. Todo o conceito do material girava em torno de como o celular era novo, sem sequer ter um número de versão vinculado a ele, e uma série de recursos e características que o diferenciavam da concorrência. Aos 45 segundos de vídeo, no entanto, surge a mensagem que mostra como o aparelho tem uma entrada para fones de 3,5 milímetros, que é “satisfatoriamente não nova”, acompanhada de um pigarro. A cutucada não poderia ser mais evidente.

Avançamos um ano para o futuro e chegamos a esta quarta-feira, 4 de outubro de 2017. O Google revelou o Pixel 2 sem entrada para fones de ouvido. O aparelho conta apenas com um conector USB-C e fornece um adaptador na caixa para que você conecte seu antigo fone ao celular.

Em um ano as coisas mudam, mas talvez não tenha sido sábio por parte do Google fazer uma piadinha com uma decisão de design da concorrente e depois, um ano depois, decidir fazer exatamente a mesma coisa.

A remoção da porta de 3,5 milímetros pode parecer um acinte para alguns usuários, mas ela tem algumas justificativas. Ela abre espaço para outros componentes e, no caso dos celulares com “tela infinita” como o Pixel 2 XL, sabe-se que a entrada de fones se transforma em um transtorno ainda maior para as fabricantes.

A Samsung parece a empresa mais resiliente na questão da entrada de fones de ouvido, mantendo o conector tanto no S8 quanto no Note 8, mas cada vez mais concorrentes estão seguindo o caminho da Apple. Não seria surpresa se a empresa acabasse fazendo o mesmo em 2018 ou 2019.