O Google cancelou um projeto que pretendia publicar mais de 100 mil imagens de raios X humanos de tórax. Isso porque eles continham informações pessoais identificáveis. O incidente aconteceu em 2017 e era uma parceria com o Instituto Nacional de Saúde americano.

Isso é extremamente relevante, já que o Google tem se movido rapidamente no setor de assistência à saúde e coletado dados de milhões de pacientes. Muitos advogados especializados em privacidade já questionam se a companhia é capaz de cuidar dessas informações adequadamente.

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Uma fonte que acompanhou o projeto disse ao The Washington Post que, embora tenha havido uma tentativa de remover informações sensíveis, o Google parecia apressado para cumprir um prazo próprio e não deu muita atenção aos aspectos de privacidade.

A ideia era publicar as imagens em uma apresentação sobre o potencial médico das ferramentas de inteligência artificial e nuvem da companhia. E a empresa só percebeu o problema depois que foi alertada pelo Instituto Nacional de Saúde. As informações incluíam datas em que as imagens foram feitas e acessórios usados pelos pacientes.

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Esses conjuntos de dados são essenciais para o desenvolvimento de novos recursos diagnósticos com aprendizado de máquina. O Google já fez inúmeras pesquisas como essa para avaliar riscos de doença do coração a partir de mapeamento dos olhos e detectar câncer de mama ao examinar biópsias.

Em resposta ao The Washington Post, um porta-voz do Google disse que “tomamos muito cuidado para proteger dados de pacientes e garantir que informações pessoais permaneçam privadas e seguras. Por isso, preferimos não divulgar os dados desse projeto. Apagamos todas as imagens de nossos sistemas internos e deixamos de trabalhar com o Instituto Nacional de Saúde”.

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Não é a primeira vez, entretanto, que a empresa comete esse tipo de deslize. Sua subsidiária DeepMind, do Reino Unido, infringiu ao lei no manuseio de registros hospitalares e o próprio Google foi processado por acesso inapropriado a informações médicas do Centro Médico da Universidade de Chicago.

The Wall Street Journal revelou, nesta semana, detalhes do “Project Nightingale”. Nele, o Google obteve dados médicos de milhões de pacientes em 21 estados americanos como parte de uma parceria para melhorar o sistema de guarda de registros do grupo Ascension. Isso levou a um processo governamental e o Departamento de Saúde e Serviços Humanos anunciou que vai “procurar saber mais sobre essa coleta intensiva de dados médicos dos indivíduos” para garantir que o Google não tenha violado nenhuma lei federal americana.

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Via: The Verge