Google diz que jogos no Stadia podem rodar melhor do que localmente

Empresa diz que tecnologia chamada de 'latência negativa' permitiria minimizar o atraso na comunicação com o servidor
Renato Santino10/10/2019 17h58, atualizada em 10/10/2019 18h00

20190322014249

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email
Megaprojetos

Desde que o Google anunciou o Stadia, sua plataforma de jogos via streaming, existe uma preocupação sobre como a empresa vai fazer para minimizar a latência, também conhecida como lag dentro da comunidade de jogos. Um tempo de resposta muito alto pode matar a experiência, mas agora a companhia diz ter uma ferramenta que pode reduzir esse tempo a um nível inferior a se você estivesse jogando localmente.

Madj Bakar, vice-presidente de engenharia do Stadia no Google, explicou um pouco mais sobre o que a empresa chama de “latência negativa” em uma entrevista com a Edge. Na prática, o sistema tenta prever o que o jogador vai fazer antes que ele o faça, o que permite a ação mais rápida.

“Acreditamos que, dentro de um ano ou dois, teremos jogos que rodem mais rápido e sejam mais responsivos na nuvem do que localmente, não importando o quão poderosa é a máquina local”, contou Bakar.

Será interessante observar como esse conceito se desenvolve. Afinal de contas, o sistema precisa estar perfeitamente ajustado com o perfil de ação do jogador, ou a experiência pode ficar ainda pior do que o atraso convencional. Imagine tentar pular em determinado momento chave do jogo e o game decidir por conta própria que você vai tentar dar um soco. Ou então sentir que o jogo está se jogando sozinho, e você está apenas apertando botões como quando uma criança pequena recebe um controle desconectado do console enquanto os mais velhos aproveitam o game de verdade.

Isso dito, a ideia do Google é tentar evitar a todo custo os riscos mencionados no parágrafo anterior. Para isso, como explica o site PCGamesN, o projeto vai envolver prever reações para serem acionadas APENAS SE o jogador realizar a ação prevista. A ideia é que o apertar do botão ainda seja um fator 100% determinante sobre o caminho que o jogo toma.

Ainda que Bakar esteja falando sobre o futuro, o Stadia já é bastante responsivo atualmente. O Olhar Digital teve a oportunidade de experimentar a tecnologia em abril e foi praticamente impossível notar qualquer diferença entre a execução dos jogos na nuvem e localmente. Vale a pena notar que o teste foi feito em um espaço completamente controlado, e será necessário ver como o Stadia se sai no mundo real, onde as pessoas podem morar a centenas ou milhares de quilômetros de um datacenter e têm conexões não-excelentes.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital