Nesta segunda-feira, 20, o Google anunciou uma nova versão do Google Glass, os óculos de realidade aumentada para uso corporativo, que agora é classificado como um produto oficial da empresa em vez de um experimento. Chamado de Glass Enterprise Edition 2, o dispositivo se parece muito mais com óculos comuns e tem um novo processador da Qualcomm, uma câmera aprimorada, uma entrada USB-C para carregamento mais rápido e várias outras atualizações.

Apesar de o Glass não ser um produto principal do Google, a empresa parece estar com altas expectativas de vendas do novo aparelho. Isso porque ele não pertence mais à Divisão X da Alphabet e retornou à família de produtos da companhia, diz o comunicado. Segundo o gerente de projeto dos óculos, Jay Kothari, a mudança foi feita para atender melhor à crescente demanda do uso de wearables (em tradução literal, são os acessórios vestíveis e inteligentes) no local de trabalho.

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De simples no aparelho, vemos apenas o design básico com lentes e armação semelhantes à óculos de grau comuns. O software do dispositivo, por outro lado, ganhou uma notável melhoria: é equipado com o processador Snapdragon XR1 da Qualcomm, projetado para realidade aumentada (RA) e virtual. O chip permite alcançar alto desempenho e baixo consumo de energia, o que aumenta a vida útil da bateria dos óculos. O novo processador também permite uma melhor conexão Wi-Fi e Bluetooth.

O Google diz que, com o poder do XR1, os novos óculos podem incorporar “visão computacional e capacidades avançadas de aprendizado de máquina”. A empresa já lançou para seus smartphones o aplicativo de reconhecimento de imagens e textos chamado Lens, que oferece recursos como tradução de sinais e recomendações de restaurantes. Não ficou claro quais funcionalidades do novo Glass também são encontradas no Lens. Além de uma bateria maior e dos outros componentes atualizados, a nova versão pode executar o Android, com suporte para o Gerenciamento de Dispositivos Móveis pelo Android Enterprise.

Projetado inicialmente para ser vendido ao público geral, o Glass hoje é voltado para o mercado corporativo, depois de reclamações dos consumidores sobre privacidade e funcionalidade dos óculos. De acordo com o Google, as empresas relataram “tempos de produção mais rápidos, melhor qualidade e custos reduzidos” após adotarem o dispositivo, que costuma ser usado para facilitar a solução de problemas e acesso a processos de computação.

O Enterprise Edition 2 será vendido sob encomenda por US$ 999 e continua focando em clientes empresariais. O valor, apesar de alto, é mais acessível do que o antecessor, que chegou aos mercados custando US$ 1.500. O Google não anunciou uma previsão de data de lançamento do produto.

Várias outras empresas também estão trabalhando em óculos de RA para o uso corporativo, incluindo Microsoft, que desenvolve o seu HoloLens. Enquanto isso, o aparelho para consumidor amplo ainda não fez muito sucesso para se consolidar como um grande interesse tecnológico. Tirar o Glass da Divisão X é um voto de confiança do Google no poder de venda do dispositivo, mas, por enquanto, não há sinais de que o wearable esteja chegando a um público mais abrangente.