No ano passado, o ex-gerente do Facebook, Mark S. Luckie acusou a empresa de ter um “problema com pessoas negras”. Especificamente, Luckie alegou que a empresa se comportava de forma diferente com funcionários afro-americanos e disse que o site era “tendencioso” contra usuários negros”. Um ano depois, um grupo anônimo de funcionários negros do Facebook escreveu uma carta aberta falando que o problema “tinha ficado pior”.

A carta foi publicada no Medium semana passada e detalha as histórias de 12 funcionários. No mesmo período, o Facebook realizou sua ‘Black Conference’.

“Enquanto eu tomava café da manhã, dois funcionários brancos me pediram para limpar a bagunça. Eu sou gerente de programação. Eu falei com meu gerente sobre o incidente e ela me disse que eu preciso me vestir com mais profissionalismo”, um dos relatos conta.

As outras histórias seguem na mesma linha. “Meu gerente pediu diretamente a pelo menos dois colegas que me desses um feedback negativo sobre minha análise de desempenho, a fim de influenciar minha classificação de desempenho, o que impactaria negativamente minha remuneração total. Meus colegas se recusaram, e, em vez disso, encaminharam o incidente ao RH – que não tomou nenhuma ação”.

Além disso, um funcionário comentou que no Blind, o aplicativo que permite que os funcionários do Facebook publiquem experiências anônimas, há vários casos de racismo. Uma captura de tela do aplicativo mostra uma pergunta: “Os negros são realmente tratados mal ou eles apenas gostam de reclamar?” e, em resposta, um funcionário escreveu: “essas pessoas fazem parecer que trabalham para a KKK [Klu Klux Klan]. Eles devem se sentir privilegiados por terem entrado na empresa depois que reduzimos nossos padrões de contratação”.

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Segundo a carta, funcionários que procuraram ajuda do departamento de RH do Facebook disseram que foram afastados e que seus problemas nunca foram resolvidos.

“Racismo, discriminação, preconceito e agressão não vêm dos grandes momentos. São nas pequenas ações que se acumulam ao longo do tempo e se transformam em uma cultura em que devemos apenas ser vistos como cotas, mas nunca ouvidos, reconhecidos e aceitos”, afirmou a carta.

Em resposta, o vice-presidente de comunicações corporativas da empresa comunicou ao The Guardian que “ninguém no Facebook, ou em qualquer outro lugar, deveria suportar esse comportamento. Nos desculpe. Isso vai contra tudo o que defendemos como empresa. Estamos ouvindo e trabalhando duro para fazer melhor”.

 

Via: The Next Web