Força Aérea dos EUA já pesquisa caças de sexta geração

Armas Laser, camuflagem térmica, propulsores hipersônicos e uma avançada rede de comunicação no campo de combate são algumas das tecnologias em consideração
Rafael Rigues17/12/2019 15h24

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A força aérea dos EUA está realizando estudos para o desenvolvimento de aeronaves de combate de sexta geração, que entrariam em operação entre 2030 e 2040, voando ao lado de versões atualizadas dos atuais caças F-35.

A iniciativa foi batizada de Next Generation Air Dominance (NGAD, Domínio Aéreo de Próxima Geração) e recentemente ganhou força com a criação de protótipos e demonstração de novas tecnologias.

“Concluímos uma análise de alternativas e nossa equipe de aquisição está trabalhando nos requisitos. Estamos profundamente envolvidos em experimentos com tecnologias de hardware e software que nos ajudarão a controlar e explorar o poderio aéreo no futuro”, disse o general James Holmes, comandante do Comando de Combate Aéreo, a repórteres durante a conferência Ar, Espaço e Cyber da Associação da Força Aérea.

Segundo William Roper, Diretor de Aquisição na Força Aérea dos EUA, parte dos avanços no programa vem do uso de tecnologias como a engenharia digital, que permite aos engenheiros e projetistas testar novos materiais, configurações e modelos de aeronaves rapidamente em um ambiente virtual. Com isto há um ganho de produtividade na construção de protótipos e modelos reais, já que apenas os designs mais promissores são construídos.

Entre as tecnologias avaliadas para um caça de 6.ª. Geração estão drones stealth, voo hipersônico, armas Laser, novo armamento de precisão e tecnologias de IA capazes de organizar e priorizar alvos em questão de milissegundos.

Novas tecnologias para evitar a detecção pelo inimigo incluem pesquisa em materiais para a “pele” do avião que sejam capazes de distorcer ou eliminar a distribuição de calor, alterando a “forma” do avião em sensores e câmeras términcas. Se fosse possível levar a aeronave à mesma temperatura da atmosfera ao seu redor, por exemplo, ela se tornaria completamente invisível a este tipo de sensor.

Outra novidade são os Propulsores de Ciclo Variável, motores a jato onde um terceiro fluxo de ar, sob controle do piloto, pode ser injetado no motor. Com isso o alcance, eficiência e velocidade da aeronave teriam uma “melhoria massiva”.

Mas uma das características mais importantes em um caça de 6.ª. Geração será a capacidade de comunicação e troca de informações.

“Estamos indo em direção a um futuro onde as aeronaves têm de ser vistas não só como elementos isolados, mas como nós em um sistema de informação, criando um “sistema de sistemas” capaz de se formar e corrigir sozinho com um grau de percepção maior do que o adversário pode conseguir, e um grau muito maior de sobrevivência”, disse o tenente-general da reserva David Deptula, que planejou ataques aéreos dos EUA durante a Operação Tempestade no Deserto e atualmente é decano do Instituto Mitchell de Estudos Aeroespaciais nos EUA.

Combinada a sensores sofisticados, essa “rede” de combate poderia tornar obsoleto o combate aéreo (dogfight) como conhecemos dos filmes. A doutrina atual prega a detecção e destruição de um inimigo antes mesmo que ele esteja visível, no que é chamado de BVR (Beyond Visual Range).

A Northrop Grumman, a divisão Skunk Works da Lockheed Martin e a Phantom Works da Boeing são algumas das empresas trabalhando na prototipagem de aviões de 6.ª geração e tecnologias avançadas.

Fonte: The National Interest

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital