Esta terça-feira, 25 de julho de 2017, marca o anúncio da sentença de morte para o Flash Player. O polêmico plugin de navegadores, que foi amplamente popular nos anos 1990 e início dos anos 2000, será oficialmente descontinuado a partir do final de 2020, como revelou a Adobe.

Isso significa que o famigerado software, que tanto ajudou na popularização das animações, vídeos e jogos online, não será mais desenvolvido ou distribuído em um prazo de pouco mais de três anos.

Apesar de sua importância histórica, o Flash se tornou um estorvo em termos de segurança digital. Sua extrema popularidade e suas vulnerabilidades o transformaram em um vetor perfeito para ataques em grande escala, o que explica os motivos pelos quais o software passou a ser efetivamente boicotado nos últimos anos.

Uma boa parte da birra da indústria de tecnologia com o Flash começou com a campanha ostensiva de Steve Jobs no final da década passada. O executivo chegou a publicar um texto gigante sobre os motivos para rejeitar o plugin da Adobe no iPhone e no iPad, criticando o funcionamento do software com telas sensíveis ao toque e as falhas da ferramenta, apontada como principal culpada pelos travamentos no Mac.

Na época, Jobs sofreu algumas críticas pelo posicionamento duro contra o Flash, o que deu a oportunidade para que fabricantes Android se diferenciassem anunciando o suporte ao plugin. Com o tempo, essa tendência foi morrendo, a Adobe parou de suportar o Flash no Android e as fabricantes pararam de empurrar o software. De fato, a experiência não era muito boa no mobile.

Depois, o Flash começou a ser boicotado também nos PCs. Navegadores como o Chrome passaram a restringir a atuação do plugin; sua instalação até era permitida, mas para que a função fosse ativada seria necessária a intervenção direta do usuário, que deveria clicar para ativar o recurso ou criar uma lista de sites que têm permissão para rodar o Flash automaticamente.

Obviamente, o fim do Flash não significa o fim dos vídeos e dos jogos na web. Ao mesmo tempo em que as empresas fechavam a janela de atuação do plugin, também trabalhavam no desenvolvimento de alternativas, sendo a principal delas o HTML5. A própria Adobe reconhece que a tecnologia já está madura o suficiente para substituir o Flash à altura.

Govind Balakrishnan, vice-presidente da companhia, afirma que as ferramentas como o HTML5, o WebAssembly e o WebGL já “amadureceram o suficiente para oferecer alternativas viáveis ao Flash Player”. Ele também afirma que a Adobe trabalhará com as grandes empresas de tecnologia como Apple, Google, Facebook, Microsoft e Mozilla para que possam realizar a transição para um futuro sem o Flash.