Facebook remove Onavo VPN da Google Play Store

Isso não significou o fim do Facebook Research
Equipe de Criação Olhar Digital22/02/2019 20h15

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Recentemente, o TechCrunch descobriu que o Facebook pagou US$ 20 por mês para que usuários de 13 a 35 anos participassem do Facebook Research — onde o Onavo Protect era usado. A VPN permitia que a empresa recolhesse a atividade on-line dessas pessoas e a usasse em pesquisas de mercado. Como esse fato violava as condições de uso da App Store, o aplicativo foi banido pela empresa da maçã em agosto de 2018. Meio ano depois, o Facebook o retirou da Play Store.

No começo, o Onavo Protect se apresentava como uma VPN para proteger dados durante a navegação on-line. Posteriormente, veio à tona que o Facebook — que adquiriu o aplicativo em 2013 — o usava para analisar o consumo de dados de usuários. Esse serviço ajudou a empresa a considerar a compra do WhatsApp uma boa ideia, por exemplo.

O Onavo acabou, mas o Facebook Research ainda está em andamento

De acordo com o TechCrunch, a rede social decidiu encerrar a admissão de novos usuários e a coleta de dados por meio do Onavo — apesar disso, o Facebook Research continua operando para quem o instalou, até que uma alternativa seja encontrada. Só nesse momento a VPN será permanentemente fechada.

O Facebook Research não era baixado da Play Store nem da App Store, mas externamente. Os usuários preenchiam um formulário e depois recebiam as instruções. Na loja do Google, era tão simples quanto instalar um APK. Já no iOS, era necessário recorrer ao Enterprise Developer Program, o programa que permite que os desenvolvedores ofereçam testes de seus aplicativos aos usuários. Como esse uso violou as condições do programa, a Apple revogou o certificado do Facebook — isso fez que a empresa não pudesse mais usar seus aplicativos internos.

O programa de pesquisa de mercado do Facebook estava disponível para qualquer usuário, mesmo os menores de idade. Obviamente, até 18 anos eles precisavam de permissão dos pais. Além disso, rede social informa que apenas 5% dos participantes eram menores de idade. Segundo o Applause, o app acessava o histórico da web e detectava quando um aplicativo usava informações criptografadas — ele não tinha acesso a tal conteúdo. A uTest, que também participou do programa, enviou anúncios geolocalizados pelo Instagram e pelo Snapchat para oferecer recompensas por participação.

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O Facebook se defende dizendo que “não há nada secreto sobre o Facebook Research. Ele não estava espionando: todos participaram de um programa transparente, em que as permissões foram requisitadas e eles foram pagos por isso”. Seja como for, o programa parou de admitir participantes e o Onavo Protect não está mais disponível. O próximo passo, portanto, é procurar uma VPN alternativa.