A ineficiência do Facebook em remover conteúdo inapropriado de sua plataforma ficou amplamente evidente no começo deste ano. De acordo com o Washington Post, a rede social levou quase duas semanas para derrubar vídeos que mostravam a adolescente Katelyn Nicole Davis, de 12 anos, cometendo suicídio.
Davis transmitiu o próprio suicídio usando a plataforma de vídeos ao vivo Live.me. Na transmissão, de mais de 40 minutos, de acordo com o Buzzfeed, a menina alega ter sido vítima de abuso sexual por um membro de sua família. Em seguida, ela se enforca. Davis chegou a ser levada a um hospital próximo, mas não resistiu.
Segundo o Quartz, a gravação aconteceu no dia 30 de dezembro de 2016. A família de Davis imediatamente apagou o vídeo de sua conta. No entanto, em questão de horas, o vídeo já havia sido copiado e compartilhado em redes como o Facebook e o YouTube.
O delegado Kenny Dodd, de acordo com a Fox 5, recebeu uma enxurrada de mensagens e ligações pedindo para que o vídeo fosse tirado do ar. No entanto, em entrevista à rede de TV, ele informou que não tinha autoridade para isso. “Entramos em contato com alguns dos sites. Eles perguntaram se eram obrigados por lei a remover o vídeo, e não é o caso. Mas é simplesmente a coisa decente a se fazer, na minha opinião”, disse.
A demora
Por “violar a política do YouTube sobre conteúdo violento ou explícito”, o vídeo foi rapidamente removido da plataforma de vídeos do Google, de acordo com o The Next Web. O Facebook, por sua vez, não foi nem de longe tão ágil. Segundo o Quartz, o vídeo ainda podia ser encontrado na rede social até a tarde do dia 12 de janeiro – 13 dias após ter sido postado.
Claramente, o vídeo violava os padrões da comunidade do Facebook, que proíbe conteúdos relacionados a autoflagelação e suicídio. No entanto, segundo o Buzzfeed, usuários que denunciavam o vídeo recebiam uma mensagem padrão da rede social dizendo que, “embora ele não vá contra nenhum dos nossos padrões da comunidade específicos, você fez a coisa certa ao nos informar sobre ele”:
Não se trata da primeira vez em que a rede social de Mark Zuckerberg tem problemas por conta de conteúdo desse tipo. No ano passado, um vídeo no qual uma mulher transmitiu a morte de seu namorado, que havia sido baleado, obrigou a empresa a esclarecer sua política para vídeos ao vivo.