Depois do Twitter, outras redes sociais passaram a excluir publicações do presidente Jair Bolsonaro citando riscos à saúde pública. Facebook e Instagram também removeram nesta segunda-feira (30) publicações do chefe do executivo no entendimento de que elas causavam “desinformação” e poderiam “causar danos reais às pessoas”.

“Removemos conteúdo no Facebook e Instagram que viole nossos Padrões da Comunidade, que não permitem desinformação que possa causar danos reais às pessoas”, diz um representante do Facebook quando o Olhar Digital questionou a empresa sobre o tema.

O conteúdo removido em questão é o mesmo que foi excluído pelo Twitter. O vídeo mostrava Bolsonaro andando em meio ao público no Distrito Federal no último fim de semana, enquanto especialistas de saúde no mundo inteiro recomendam evitar aglomerações como forma de reduzir o ritmo de transmissão do vírus.

Tradicionalmente, as redes sociais não costumam excluir as publicações de líderes políticos, mas o coronavírus está fazendo as empresas repensarem esta posição. O Twitter só havia excluído uma publicação de Nicolás Maduro, líder da Venezuela, que recomendava uma cura caseira contra o vírus.

Além disso, o aiatolá iraniano Ali Khamenei teve um post excluído após uma publicação ser interpretada como uma ameaça pública ao autor Salman Rushdie, escritor de “Os Versos Satânicos”. O post foi excluído e a conta foi bloqueada.

Quando bloqueou a publicação de Bolsonaro, o Twitter se manifestou afirmando que “anunciou recentemente em todo o mundo a expansão de suas regras para abranger conteúdos que forem eventualmente contra informações de saúde pública orientadas por fontes oficiais e possam colocar as pessoas em maior risco de transmitir Covid-19″.