Uma ação judicial movida nos Estados Unidos acusa o Facebook de violar a privacidade dos usuários para melhorar seu sistema de reconhecimento facial e sugerir marcações de amigos. O caso, movido por gira em torno de uma lei de Illinois, que afirma que empresas que recolhem dados biométricos, como as impressões digitais, de voz e face, devem notificar os usuários com antecedência, explicar por que estão coletando as informações e por quanto tempo elas serão mantidas. O Facebook contesta a acusação.

Como funciona?

Atualmente, a rede social é o maior serviço de armazenamento de fotos da internet com, possivelmente, mais de 1 trilhão de imagens em sua base. A grande quantidade de imagens ajuda a melhorar o sistema de inteligência artificial, capaz de identificar rostos “familiares” e sugerir a marcação de amigos.

Apesar de as fotos não representarem explicitamente um item biométrico como os descritos na lei, os autores do processo afirmam que a biometria é relevante nos exames de “geometria facial” usados pela rede social. Para Alvaro Bedoya, do Centro de privacidade e tecnologia da Universidade de Direito de Georgetown, o problema não está em recolher os dados, mas usá-los para criar um perfil específico para o usuário.”Se você estiver em um bar, a lei não o impede de pegar o meu copo de cerveja usado, mas impede você de pegar meu DNA a partir desse copo”, conta.

O tribunal deverá decidir se o Facebook cruza essa linha ao usar as imagens dos usuários, mas é preciso levar em conta que o sistema de marcação só funciona quando os amigos conhecidos da pessoa fazem o upload da imagem. Além disso, a rede social oferece a possibilidade de desativar as sugestões de marcações em fotos.

Mesmo que seja condenado, o Facebook pode se recusar a cumprir a decisão, afirmando que segue as leis estaduais da Califórnia, conforme explicam os termos de serviço da rede social. Por fim, o caso pode afetar outras empresas de tecnologia, como o Google, que lançou o Photos, recurso que funciona de uma maneira semelhante.

Via TheVerge