Executivo do Airbnb pede demissão por recusa a compartilhamento de dados

Renuncia ao cargo aconteceu em 2019, mas só foi revelada neste ano, quando empresa anunciou a abertura do capital
Wesley Santana25/11/2020 17h15, atualizada em 25/11/2020 18h48

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Em novembro do ano passado, Sean Joyce renunciou ao cargo de executivo da Airbnb, após se recusar a compartilhar dados de usuários do aplicativo com a China. Depois de seis meses na empresa, ele, que já foi vice-diretor do FBI, se viu preocupado com a forma pela qual as informações são gerenciadas pelo aplicativo.

O acontecimento só veio a público nesta semana, depois que a plataforma apresentou o relatório de receitas dos últimos três meses para iniciar a abertura de capital. Na ocasião, o Airbnb sinalizou que continuar fazendo negócios com a China é um risco para a marca e para a lucratividade.

Esta posição da plataforma difere do que aconteceu em 2019, quando Sean reportou a situação dos dados ao alto escalão da empresa. Na época, em uma reunião com o presidente-executivo Brian Chesky e o co-fundador Nathan Blecharczyk, que lidera a unidade do Airbnb na China, os executivos disseram que estavam cientes, mas que temiam não poder continuar operando grandes negócios no país, caso negassem o compartilhamento dos dados solicitados.

Segundo ele, o Airbnb não estava sendo transparente com os usuários, principalmente com os dados repassados ao país oriental, que, inclusive, queria ter acesso a mais informações.

ReproduçãoSegundo estimativa da plataforma, são mais de 500 milhões de usuários cadastrados em todo o mundo. Foto: Pixabay

Sean também comentou que a transmissão vai além dos dados básicos, como nome, telefone, endereço e mensagens trocadas entre hóspedes e anfitriões, e isso ia contra seus valores.

Esta situação também ganha relevância agora, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu a venda do TikTok alegando que a empresa desenvolvedora do app poderia fornecer dados de usuários dos EUA à China.

Airbnb nega as acusações

Em nota, o Airbnb afirmou que cumpre todas leis, regulamentos e requisitos aplicáveis ao responder as solicitações de dados vindos da China e que elas são semelhantes às solicitadas aos hotéis ocidentais que possuem filiais no país.

“Estamos comprometidos em ser transparentes com nossa comunidade e divulgar claramente nossas políticas de dados a todos os nossos anfitriões e convidados, exibindo uma mensagem clara aos usuários quando eles estão na plataforma e por meio de várias outras notificações”, disse Nick Papas, porta-voz da Airbnb.

Fonte: The Wall Street Journal

Colaboração para o Olhar Digital

Wesley Santana é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital