Um grupo de pesquisadores na China desenvolveu uma técnica promissora para auxiliar no diagnóstico precoce de câncer. Com ajuda da inteligência artificial, eles demonstraram que o sangue dos pacientes pode entregar a doença até quatro anos antes de aparecerem os primeiros sintomas. O teste, chamado PanSeer, teve sucesso em 95% dos casos.
A pesquisa foi feita da seguinte maneira: primeiro, foram coletadas amostras de sangue de pessoas sem nenhum tipo de câncer; depois, os cientistas contaram com a ajuda de algoritmos para identificar, no DNA, a presença de grupos metil, que podem indicar um tumor.
As amostras foram coletadas entre 2007 e 2014. O sucesso da pesquisa foi constatar que o sangue daquela época já denunciava a presença de tumor nos pacientes que vieram a receber o diagnóstico anos depois.
Puderam ser identificados cinco tipos de câncer: de estômago, colorretal, fígado, esôfago e pulmão. Contudo, o teste foi capaz de dizer apenas se o paciente sofreria de algum deles, mas não de revelar especificamente qual.
Amostras de 2007 a 2014 mostravam tumor em pacientes que só seriam diagnosticados anos mais tarde. Imagem: Pixabay
Estudos mais apurados
Samantha Harrison, pesquisadora de diagnósticos precoces da instituição Cancer Research UK, disse ao The Guardian que considera o PanSeer “encorajador”, e que “no futuro, o exame pode ajudar a detectar câncer em amostras de sangue de forma muito antecipada”. Contudo, ela chama atenção ao fato de que a pesquisa está no início e que ainda precisam ser feitos estudos maiores para validá-la.
De fato, o PanSeer está apenas no começo. Os pesquisadores trabalharam com somente cerca de 600 amostras de sangue, das quais 414 continuaram sem nenhum tumor após a coleta, e 191 desenvolveram câncer nos anos seguintes. É pouco para comprovar a eficácia dos resultados.
Mesmo assim, o teste representa um avanço prometido para o futuro. O doutor Eric Klein, membro do Instituto do Câncer de Cleveland e que já participou de um estudo parecido, afirmou que “este é um estudo empolgante por fornecer uma confirmação de que os testes baseados em metilação (busca no sangue dos chamados grupos de metil) podem detectar o tumor no DNA e formar a base para novos testes de rastreamento que detectem o câncer em estágios iniciais”.
Via: The Guardian