Estrutura óssea diferenciada permitiu que dinossauros fossem gigantes

Com ossos esponjosos mais densos, os dinossauros podiam crescer em massa sem que necessariamente tivessem que aumentar também a espessura do seu esqueleto
Renato Mota21/08/2020 18h01, atualizada em 21/08/2020 18h08

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Os hadrossauros estão entre os maiores dinossauros que já vagaram pelo planeta. Com 8 a 10 metros de comprimento e 4,6 metros de altura, eles pesavam cerca de 3,2 toneladas. Uma nova pesquisa revela como esses herbívoros de quatro patas e pescoços longos suportavam essa imensa carga.

O estudo, publicado na Plos One, reuniu paleontólogos, engenheiros mecânicos e engenheiros biomédicos, que analisaram a fundo a estrutura óssea dos hadrossauros e de vários outros dinossauros semelhantes. “A estrutura do osso trabecular ou esponjoso que se forma no interior dos fósseis que estudamos é única entre os dinossauros”, explica Tony Fiorillo, paleontólogo da Southern Methodist University e um dos autores do estudo.

O tecido ósseo trabecular envolve os pequenos espaços ou orifícios na parte interna do osso. “Ao contrário dos mamíferos e pássaros, o osso trabecular não aumenta de espessura com o aumento do tamanho do corpo dos dinossauros”, afirma o paleontólogo.

“Em vez disso, aumenta a densidade da ocorrência de osso esponjoso. Sem essa adaptação para economizar peso, a estrutura do esqueleto necessária para sustentar os hadrossauros seria tão pesada que os dinossauros teriam grande dificuldade de se mover”, completa.

Tomografias computadorizadas do fêmur distal e tíbia proximal de fósseis de dinossauros foram analisadas pela equipe interdisciplinar de pesquisadores. Aos dados, foram aplicadas  teorias de falha de engenharia e escala de alometria, que descrevem como as características de uma criatura viva mudam com o tamanho. Este estudo é o primeiro a avaliar a relação entre a arquitetura óssea e o movimento dos dinossauros.

“Entender a mecânica da arquitetura trabecular dos dinossauros pode nos ajudar a entender melhor o projeto de outras estruturas leves e densas”, afirma o principal autor do estudo, o engenheiro Trevor Aguirre.

Os pesquisadores compararam suas descobertas com imagens de animais vivos, como elefantes asiáticos e mamíferos extintos, como mamutes, e descobriram que não há uma ligação definitiva entre sua massa corporal e sua respectiva fração de volume ósseo trabecular. Isso vai contra o senso comum de que animais mais massivos requerem estruturas ósseas mais rígidas.

Via: Science Times

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital