O mundo conheceu nesta quarta-feira (7) o primeiro módulo de memória RAM DDR5 da história. A SK Hynix anunciou o primeiro modelo compatível com a nova tecnologia, três anos após a definição dos padrões que guiarão o novo formato, publicados em abril de 2017, com previsão de implementação em 2018, mas que só ficou pronto neste ano.
Por definição, a proposta do DDR5 seria dobrar a largura de banda da geração anterior, alcançando velocidades máximas de até 6.400 Mbps. No entanto, o modelo da SK Hynix não promete chegar perto deste limite, alcançando no máximo 5.600 Mbps, o que já é 1,8 vez mais rápido que um módulo DDR4 comum.
A companhia também bate em uma tecla importante para a nova geração da RAM: energia. Segundo o anúncio, o módulo puxa uma tensão de apenas 1,1 Volt, em vez de 1,2 Volt. A redução é suficiente para reduzir o consumo de energia em cerca de 20%, o que pode fazer bastante diferença em um notebook, por exemplo.
No entanto, por mais fissurado em novas tecnologias que você seja, não haveria vantagem em adquirir o módulo da SK Hynix por enquanto. A empresa sequer pretende vende-los por enquanto, por um bom motivo: para que uma memória DDR5 possa ser aproveitada, é necessário que o processador seja compatível, e ainda não existem modelos compatíveis no mercado. A empresa também não está procurando atingir o consumidor comum, por enquanto, visando fornecer o produto para data centers, com exemplos de uso recomendado para aplicações de big data e inteligência artificial.
Para uma referência, o padrão DDR4 foi definido em 2012, mas demorou até 2015 para os primeiros módulos compatíveis começarem a chegar ao mercado. Isso porque é a partir da publicação do padrão que a indústria começa a trabalhar nos chips, que levam entre dois e três anos para ficarem prontos e chegarem ao mercado. Como o DDR5 foi definido em 2017, é a partir de agora que as novidades começam a aparecer.
E, de fato, como cita o site The Verge, a Intel já anunciou que seus próximos processadores terão suporte à RAM DDR5, mas não são todas as empresas que pretendem adotar o padrão tão cedo. A concorrente AMD, por exemplo, pode deixar a implementação apenas para 2022. De qualquer forma, é seguro garantir que, mesmo que os módulos comecem a chegar ao mercado agora, demorará alguns anos para que a base instalada compatível permita que eles se tornem mainstream. A própria SK Hynix prevê em seu anúncio que em 2024, a tecnologia não terá chegado a metade do mercado, dominando apenas 43% do setor.
Só o nome da empresa responsável pelo anúncio desta semana já é suficiente para indicar o quão longe do mainstream a tecnologia ainda está. A SK Hynix cita como parceiras Synopsys, Renesas, Montage Technology, e Rambus, que não são os nomes aos quais o consumidor está acostumado quando se fala em memórias, como Kingston, HyperX e demais. O anúncio tem um objetivo de gerar mais atenção à tecnologia e começar a construir um ecossistema de empresas trabalhando pela sua evolução do que pensar em colocar um produto no mercado. Tanto que a companhia sequer falou em qual é a capacidade do módulo ou uma estimativa de preço.
No entanto, quando o padrão começar a se estabelecer, o salto será interessante. O site AnandTech prevê que podemos começar a ver módulos de nada menos que 128 GB de memória RAM voltados ao consumidor e capacidades de até 2 TB voltadas para uso em servidores.