Estação brasileira de pesquisas na Antártica será reinaugurada

Estação Antártica Comandante Ferraz, que foi destruída num incêndio em 2012, retornará suas atividades no continente antártico, com uma estrutura que é o dobro do tamanho anterior
Renato Mota08/01/2020 17h46, atualizada em 08/01/2020 18h10

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Será reinaugurada na próxima terça-feira (14) a Estação Antártica Comandante Ferraz, base brasileira de pesquisa, localizada na ilha de Rei George na Antártica. Com 4,5 mil m² de área e capacidade para 64 pessoas, a nova estação substitui a base destruída por um incêndio em 2012.

Cerca de US$100 milhões foram investidos pelo governo brasileiro na construção da unidade, considerada atualmente uma das mais modernas na região. A estrutura foi ampliada, e, de cinco laboratórios, a base agora passa a ter 17 (14 internos e 3 externos), para estudos de microbiologia, biologia molecular, química atmosférica, medicina, ecologia, oceanografia, glaciologia e meteorologia.

A Estação Antártica Comandante Ferraz terá um espaço exclusivo para cientistas da Fiocruz pesquisarem fungos que só existem na Antártica. A Agência Internacional de Energia Atômica também desenvolverá projetos no local. A estrutura foi projetada para resistir aos rigores do clima antártico: os pilares de sustentação pesam até 70 toneladas, e deixam o centro de pesquisa a mais de três metros do solo, para ficar acima da neve durante o inverno.

Para evitar um novo incêndio, a base conta com portas corta fogo, sensores de fumaça e alarmes. Nas salas onde ficam máquinas e geradores, as paredes são feitas de um material ultrarresistente, que suporta o fogo por até duas horas, contendo as chamas no local. A base é mais sustentável, pois 30% da energia consumida no centro de pesquisa vêm de fontes renováveis produzidas no local.

“A nova estação será uma oportunidade de mostrar nosso valor como país, pois estamos inaugurando uma estrutura de ponta, que colocará nossos pesquisadores no topo da pesquisa antártica”, disse Sérgio Guida, secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

A reconstrução da estação começou em 2017, através da empreiteira China Electronics Import and Export Corporation. Na terça (14), será feita a entrega parcial da estação, com devolução completa agendada para 2022, com o fim do pagamento por parte do governo nacional. Segundo a Marinha, US$ 60 milhões já foram pagos.

Via Agência Estado, com informações da Agência Brasil

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital