Escola francesa de programação chega a São Paulo

Com filosofia de ensino que não distingue professor de aluno, 42 quer formar programadores capazes de resolver problemas da sociedade por meio da tecnologia
Roseli Andrion18/09/2019 20h59, atualizada em 18/09/2019 21h06

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Ser aluno e professor ao mesmo tempo. Essa é a filosofia de ensino da 42: trata-se de um modelo em que não há professores, não há sala de aula e, o melhor de tudo, não há custo para o estudante. Assim, de forma colaborativa, em um método 100% baseado em projetos, todos são responsáveis pelo próprio sucesso e pelo êxito dos colegas.

Em outras palavras, para progredir, é preciso contar com a força do grupo. Todos dão e recebem informações, bem como trocam de papéis constantemente. Pesquisas indicam que o formato colaborativo garante evolução mais rápida, além do desenvolvimento tanto de habilidades técnicas quanto de aspectos socioemocionais.

O objetivo da 42 é formar programadores capazes de resolver problemas da sociedade por meio da tecnologia. Qualquer interessado pode participar: não há exigência prévia de diploma, nem restrições a origem, sexo ou idade. A 42 São Paulo tem vagas para 176 alunos e a seleção deles vai considerar apenas talento e motivação.

O primeiro passo do processo é o registro no site. Depois, há uma seleção online com um teste de aptidão em formato de game. Os escolhidos, então, participam de projetos de software durante um mês. Esse período permite familiarizá-los com princípios da 42: ritmo sustentado, trabalho em equipe e aprendizado autônomo. Os que mais se desenvolvem são aceitos e podem concluir o curso em até cinco anos.

Aluno deve buscar o conhecimento

A 42 São Paulo recebeu 12 mil inscrições para o processo seletivo. Pouco mais de 2 mil pessoas foram aprovadas nos jogos. Atualmente, há 352 inscritos — 247 homens (70,2%), 103 mulheres (29,3%) e 2 outros (0,6%) — com idade média de 36 anos. Para os participantes que não têm condições financeiras de frequentar as turmas são oferecidos auxílios para apoio de alimentação, transporte e/ou hospedagem durante o período de estudos.

Como se apoia na inteligência coletiva, o modelo é como um espelho do mundo profissional. O participante, então, não deve esperar que o conhecimento venha até ele: é necessário que esteja preparado para buscá-lo. As ferramentas são equipamentos modernos conectados a uma rede de alta velocidade.

Com essa metodologia, a 42 formou, em 6 anos, milhares de profissionais para responder à escassez de talentos digitais. A unidade de São Paulo é o 22º câmpus – ao lado de unidades na França, na Bélgica, no Marrocos, na Finlândia, na Holanda, na Rússia, na Indonésia, na Armênia, no Japão, na Colômbia, na Espanha e no Canadá. Ele fica aberto 24h por dia, 7 dias por semana. A 42 incentiva o intercâmbio dos alunos entre os campi.

Colaboração para o Olhar Digital

Roseli Andrion é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital