A economia global está em frangalhos devido à pandemia de Covid-19, e o comércio eletrônico nunca foi tão forte, atraindo uma grande competição entre entregadores. Um sintoma disso foi dado nos Estados Unidos, quando motoristas começaram a pendurar celulares em árvores para tentar obter entregas da Amazon.
O serviço em questão é o Amazon Flex, em que qualquer pessoa com um carro pode se inscrever para realizar entregas a partir de pontos de distribuição da empresa, não muito diferente do que faz a Uber. Só que o sistema detecta e privilegia os motoristas que estão mais perto desses pontos e, diante do aumento do desemprego, a disputa por estar mais perto desses pontos se tornou mais feroz.
Com os celulares presos em árvores, as pessoas podem “enganar” o sistema da Amazon para parecer que estão perto de algum armazém. Eles sincronizam o aparelho pendurado aos seus dispositivos e podem aceitar uma entrega antes de seus concorrentes, criando uma vantagem desleal.
O que não se sabe até o momento é se os motoristas estão fazendo isso por conta própria ou se há alguém centralizando essa ação, potencialmente cobrando dos entregadores para que eles possam conseguir mais pedidos. Neste caso, essa pessoa, ou este grupo de pessoas, utilizaria os múltiplos celulares para distribuir as corridas entre os entregadores participantes do esquema. Isso feriria as políticas da Amazon para o Flex.
A Amazon não se manifestou publicamente sobre o assunto quando questionada pela Bloomberg, mas um e-mail que circula internamente indica que a companhia está investigando o tema e talvez possa ajustar seu algoritmo para tentar combater à prática, mas não há qualquer medida em vigor contra isso até o momento.