Depois de tantos anos, a Netflix entendeu que seu público gostaria de assistir ao conteúdo disponível no serviço off-line, liberando nesta quarta-feira a possibilidade de realização de downloads dos filmes e séries do catálogo. Mas como nada nesta vida é perfeito, nem tudo que pode ser assistido online também pode ser assistido off-line. Mas por quê?
O catálogo da Netflix é constituído de acordos entre distribuidoras e a própria Netflix. As empresas sentam e negociam os termos do contrato, que especifica por quanto tempo determinado conteúdo será disponibilizado aos assinantes. Isso explica o motivo de algumas séries e filmes desaparecerem depois de algum tempo.
O problema é que a introdução da possibilidade de downloads dos vídeos é algo que provavelmente não estava incluso em vários dos contratos firmados até então. Assim, será necessário renegociar os termos para distribuir o material pela Netflix.
O mesmo não acontece, claro, com o que a própria Netflix produz. Séries como “Narcos”, “3%” e “Stranger Things” são totalmente controladas pela empresa, que faz o que der na telha com elas. Em outros casos, existe uma parceria de produção, como as séries “Jessica Jones”, “Demolidor” e “Luke Cage”, que usam propriedades da Marvel, que, por sua vez, pertence ao grupo Disney. Nestas situações, novamente é preciso rever os termos do acordo.
A tendência é que várias pendências se resolvam nos próximos meses. Pelos seus canais oficiais de comunicação, a Netflix afirma aos clientes que mais conteúdo será liberado aos poucos.
Contratos à parte, parece mesquinho que as empresas não liberem todo o material para download. Afinal de contas, o aplicativo da Netflix não permite extrair o vídeo baixado para que ele possa ser assistido em outros aplicativos, nem exportá-lo para que ele possa ser distribuído de forma pirateada na internet. É como faz o Spotify, que permite o download de todo o seu acervo, mas o material fica criptografado e só pode ser acessado pelo app. Não há razão para restringir o acesso.