Entenda como funciona a polêmica câmera Clips do Google

Renato Santino11/10/2017 17h01

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Um dos anúncios mais estranhos do Google no evento de semana passada foi a câmera Clips. O produto é diferente de tudo que existe no mercado, tendo sido projetado para fazer imagens de forma passiva, sem intervenção do usuário. Você deixa a câmera em um canto e ela vai usar sistemas de inteligência artificial para reconhecer quando uma imagem é digna de registro e clicar.

É uma proposta nova, que gera algumas suspeitas. Afinal de contas, é uma câmera do Google, que não tem a melhor das reputações em relação a privacidade, observando tudo ao seu redor, ainda que a empresa prometa que nada é direcionado aos servidores da empresa até o usuário dar o seu aval. A Clips nem mesmo se conecta à internet, e o conteúdo fica guardado no armazenamento interno da câmera de 16 GB, podendo ser gerenciado pelo.

Preocupação com privacidade à parte, o sistema é um avanço tecnológico interessante. Isso porque ele precisa fazer todo o processamento de inteligência artificial, responsável por identificar o que é interessante e o que não é, todo dentro da câmera, sem poder usar o processamento em nuvem, uma vez que, aí sim, seria uma invasão total de privacidade.

Essa tecnologia se baseia não em CPU ou GPU, siglas comuns para quem conhece um pouco mais de tecnologia, mas algo diferente chamado VPU. O acrônimo se refere a unidade de processamento de visão, que, na prática, significa um componente específico que, no caso da Clips reconhece imagens para identificar padrões e elementos de interesse que possam identificar uma boa fotografia para a câmera guardar.

No caso específico da Clips, a VPU usada é a Movidius Myriad 2, desenvolvida pela Intel. O uso do componente é crucial para o funcionamento da câmera, porque proporciona a execução dos algoritmos de aprendizado de máquina do Google internamente na câmera sem consumir muita energia. Essa parte é primordial para a câmera ter alguma utilidade, porque ela foi projetada para ser ultra portátil, o que faz com que sua bateria seja pequena. Ela não serviria para muita coisa se a bateria esgotasse em alguns minutos.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital