De olho nas potencialidades do 5G e na ascensão das plataformas de streaming, as TVs abertas correm com os preparos para a implementação do novo sistema de broadcast — conhecido como TV 3.0. Ao mesmo tempo em que o fórum SBTVD (Sistema Brasileira de TV Digital) está coletando novas ideias e tecnologias de interessados, a Anatel luta para atualizar o Regulamento de Uso do Espectro de Radiofrequências (RUE).

Segundo as empresas de TV, o grande desafio da TV aberta será a necessidade do uso de novos canais, tendo em vista que os serviços de radiodifusão (de rádio e televisão) tem perdido espectro para as telecomunicações, diante das digitalizações dos sinais. Ainda segundo a entidade, a TV 3.0 pode trazer inúmeras vantagens, como:

  • Transmissão de programações diferenciadas em cada localidade usando o mesmo canal físico;
  • Expansão da cobertura utilizando um único canal;
  • Maiores proteções à rede contra interferências;
  • Uso simultâneo e independente dos 37 canais de UHF e 7 canais de VHF em todas as localidades;
  • Cobertura para recepção com antenas internas que simplificam a captação do sinal da TV sem que haja necessidade de reapontamento. No futuro, as antenas poderão ser integradas aos televisores, para uma experiência ainda mais “plug and play”.

Além disso, a chamada pública da SBTVD pretende otimizar a conexão broadband-broadcast (com o DTV Play), aperfeiçoar a qualidade de vídeo e áudio (HDR e áudio imersivo), incorporar alertas de emergência e prover uma experiência baseada em aplicativos.

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DTV Play permitirá diversas interações das programações com os usuários, além de possibilitar o direcionamento de anúncios para telespectadores específicos. Foto: Shutterstock

Aguardada por diversos setores que vislumbram oportunidades com o advento da rede móvel 5G e demais tecnologias sem fio, a revisão do RUE, pela Anatel, é outro ponto essencial para a implementação da nova geração de TV aberta.

O órgão está colhendo subsídios e sugestões desde julho de 2020. A resolução do regulatório sobre o uso do espectro de radiofrequências pode fomentar o crescimento do mercado de broadcast — bem como de suas aplicações —, proporcionando estabilidade e segurança jurídica para os players do mercado.

[Atualizado] Em comunicado, o Fórum SBTVD diz ter sido apenas citado nas contribuições mencionadas com o objetivo de contextualizar as argumentações realizadas e que a posição da entidade é pela manutenção do espectro de radiofrequências atual para o serviço aberto de radiodifusão de sons e imagens.

Via: Telesíntese