Em visita de Bolsonaro, EUA advertem Brasil sobre Huawei

EUA tentam convencer Brasil a não fazer negócios com a gigante chinesa
Redação19/03/2019 15h27, atualizada em 19/03/2019 15h36

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A campanha dos Estanos Unidos contra a empresa chinesa Huawei chegou aos ouvidos de autoridades brasileiras, segundo uma reportagem da agência de notícias Reuters. A advertência dos EUA foi feita durante a visita do presidente Jair Bolsonaro a Washington, nesta semana.

Segundo membros do governo norte-americano que não quiseram se identificar, autoridades dos EUA falaram às brasileiras a respeito dos supostos “perigos” envolvendo o equipamento de telecomunicações da Huawei. Segundo os norte-americanos, a Huawei pode ser usada como ferramenta de espionagem do governo chinês.

“Eles tiveram toda uma série de diferentes reuniões aqui onde ouviram de nossos especialistas em segurança, questões de inteligência e outras áreas para entender as consequências dessas redes e o quão francamente perigosas, e como elas podem minar sua segurança internamente”, disse a fonte anônima da Reuters.

Um membro da delegação brasileira em Washington, que também não quis se identificar, confirmou a conversa cobre Huawei, mas disse que “o Brasil não quer ficar no meio da disputa entre Estados Unidos e China” em relação à empresa. A mesma autoridade disse que, no momento, o governo brasileiro não estuda qualquer sanção à Huawei.

Bolsonaro chegou em Washington, capital dos EUA, na tarde do último domingo, 17. Ele é acompanhado por uma comitiva de assessores e ministros, entre os quais estão Paulo Guedes (da economia) e Sérgio Moro (justiça e segurança pública).

Nesta terça-feira, 19, o presidente terá seu primeiro encontro bilateral como chefe de Estado com o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, sede do governo federal norte-americano. Entre outros assuntos, os dois mandatários devem falar sobre o uso de uma base de lançamento de foguetes no Brasil e, possivelmente, sobre a Huawei e a China.

Huawei no Brasil

Recentemente, o ministro da Ciência e Tecnologia do Brasil, Marcos Pontes, disse que a Huawei não está sob investigação no país, mas que a decisão sobre o futuro da empresa e do 5G por aqui caberá ao presidente Bolsonaro. A Huawei é fornecedora de equipamentos de telecomunicação que servem para a instação de antenas de sinal 4G e 5G no mundo todo.

Pontes ainda declarou que não foi feita uma análise específica de cada uma dessas possibilidades. “Não se muda a infraestrutura de um país de uma hora para outra. A questão tem de ser pensada, analisada com fatos para tomarmos decisão baseada em realidade”.

A Huawei, que atua no Brasil oferecendo infraestrutura de telecomunicações a operadoras há mais de uma década, confirmou que pretende voltar a vender smartphones por aqui em maio. A empresa já é uma das maiores vendedoras de celulares do mundo, atrás apenas da coreana Samsung.

EUA versus Huawei

Nos últimos tempos, o governo dos EUA tem liderado uma campanha contra a Huawei. No começo de 2018, a empresa foi barrada ao tentar vender seus smartphones por lá. Mais recentemente, os norte-americanos tentam convencer aliados a não utilizar equipamentos da empresa chinesa.

Os EUA acreditam que a Huawei tem ligações próximas ao governo da China e que pode estar vazando informações sigilosas de outros países para Pequim. O estado chinês nega que esteja espionando o Ocidente através da Huawei, e a empresa nega que esteja vazando informações ao governo da China.

Em dezembro de 2018, essa briga levou à prisão Meng Wanzhou, vice-presidente do conselho administrativo da Huawei e também presidente financeira da empresa (CFO). A executiva, que também é filha de Ren Zhengfei, fundador da Huawei, foi presa no Canadá a pedido dos EUA por ignorar sanções impostas ao Irã.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital