A Samsung anunciou hoje que um de seus principais executivos, Kwon Oh-hyun, pediu demissão da companhia. Kwon, que já estava na empresa há 32 anos, era presidente do conselho administrativo da Samsung e também dirigia os setores de componentes da empresa – que inclui alguns de seus negócios mais lucrativos, como o de chips de memória e de displays.
O anúncio de Kwon vem em um momento bastante crítico para a empresa. Por um lado, a gigante coreana espera anunciar em breve um lucro trimestral recordista de mais de R$ 40 bilhões; por outro, o conglomerado também vem passando por um escândalo de corrupção sem precedentes, que já fez com que seu principal executivo, Jay Y. Lee, fosse condenado a cinco anos de prisão.
Saída emotiva
Numa carta enviada a todos os funcionários da empresa, Kwon anunciou que sua saída “não foi uma decisão fácil”. “Agora que nos confrontamos com uma crise sem precedentes de dentro para fora, creio que chegou a hora de começarmos do zero, com um novo espírito e liderança jovem para responder melhor aos desafios que surgem da indústria de TI”, anunciou.
Kwon disse também que “não tem palavras para descrever” seu orgulho de ter construído “uma das empresas mais valiosas do mundo”. “Mas agora a empresa precisa de um novo líder mais do que nunca, e é hora de eu seguir adiante para o próximo capítulo da minha vida”, concluiu.
Crise de liderança
Segundo a Fortune, a saída de Kwon aconteceu justamente no momento em que esperava-se que ele assumisse um papel mais importante na companhia, por conta da prisão de Jay Y. Lee e da saída de muitos outros altos executivos envolvidos no mesmo escândalo. Ele era, de acordo com o site, visto como o “homem número 2” da Samsung.
Como o CNET aponta, foi Kwon justamente o responsável por estruturar as divisões de chips de memória e de displays que são, hoje, dois dos setores mais lucrativos em que a empresa atua. Ao menos, seu desligamento da empresa não será imediato. Ele ainda cumprirá seu mandato como presidente do conselho administrativo da Samsung, que se encerrará em março de 2018.