Dois estudantes norte-americanos estão processando o Google na Califórnia por “coletar ilegalmente” informações que podem ser usadas para identificá-los (chamadas de PII – Personally Identifiable Information). O processo foi movido por Clinton Farell, pai das crianças identificadas como HK e JC, em nome delas.

Muitas escolas primárias e secundárias nos EUA (e também no Brasil) usam Chromebooks e o pacote de aplicativos G Suite for Education, que contém versões do Gmail, Agenda, Drive, Docs, Planilhas e outros apps do Google. O processo alega que para usá-los os estudantes têm que falar ao microfone para que suas vozes sejam capturadas, e olhar para câmeras para que seus rostos sejam escaneados.

Além disso, o Google também estaria coletando os seguintes dados dos usuários: sua localização física, sites que visitam, todos os termos usados para uma busca e os resultados que são clicados, os vídeos assistidos no YouTube, listas de contatos pessoais, gravações de voz, senhas salvas e outras informações relacionadas ao seu comportamento online, tudo isso sem consentimento claro dos pais.

Essa prática iria contra leis estaduais e federais nos EUA projetadas para garantir a privacidade dos usuários, como a BIPA (Biometric Information Privacy Act – Lei de Privacidade de Informações Biométricas), do estado de Illinois, e a COPPA, (Children’s Online Privacy Protection Act – Lei da Proteção da Privacidade Online das Crianças) dos EUA.

No processo, os requerentes pedem um julgamento com júri, que o Google pare com a coleta de dados, destrua quaisquer dados que já tenha coletado e pague US$ 5.000 por estudante para cada violação “intencional” e US$ 1.000 por estudante para cada violação “por negligência” feita pelo Google.

O processo ainda está em seus estágios iniciais, e não há uma data para julgamento.

Fonte: Naked Security