Mesmo em tempos de crise, o mercado de transporte por aplicativo no Brasil tem atraído a atenção e esforços de diversas gigantes. Enquanto a americana Uber e a brasileira 99 disputam o primeiro lugar, a Cabify segue em um distante terceiro lugar com a integração de serviços de taxis e carros particulares. Apesar disso, a empresa espanhola descarta aderir à agressiva política de descontos das rivais.

De acordo com o diretor da Cabify no Brasil, Jorge Pilos, o mercado de mobilidade no país passa por um momento de irracionalidade. Segundo o executivo, as empresas de aplicativos de transporte estão comprando o passageiro por “um valor maior do que ele vale” e a empresa pretende aguardar até que esta fase passe.

“Os mercados viram racionais eventualmente. Isso aconteceu na China, na Rússia, em Cingapura. Ninguém sabe quem vai ganhar, mas isso eventualmente vai acontecer”, disse o executivo.

Por enquanto, a empresa diz que seu plano é investir na qualidade do serviço, dos carros e do atendimento ao consumidor. Além disso, a Cabify está investido no conceito de “Mobility as a Service” (MaaS), unificando sua gestão com a Easy no país. A mudança permitirá que os usuários utilizem um único aplicativo para chamar tanto carros particulares como táxis.

Apesar das dificuldades internas, o Brasil ainda segue como um dos principais mercados da Cabify no mundo. Atualmente, o país fica atrás da Espanha no ranking global da companhia, intercalando a segunda colocação com o México. A companhia, contudo, não revelou números de mercado.

Sem previsão para novas opções de mobilidade

Além de táxis e carros particulares, a Cabify também atua no mercado de compartilhamento de patinetes elétricos através da Movo. Presente na cidade de Madri, na Espanha, o serviço está em expansão para a América Latina, devendo chegar ao México, Chile, Colômbia e Peru ainda neste ano. No entanto, perguntado sobre a vinda do aplicativo para o Brasil, Jorge Pilos diz que não há previsão para o primeiro semestre.

Nos últimos meses, diversas iniciativas de aluguéis de patinetes e bicicletas elétricas estão ganhando as ruas do país. A Yellow, por exemplo, já atua em cidades como São Paulo e Curitiba oferecendo alugueis de bike sem estações e patinetes elétricos. Já o Uber confirmou que pretende trazer a Jump para o país ainda este ano.