Dia Mundial da Fotografia: as câmeras perdidas no espaço

No total, a Nasa levou 14 câmeras ao espaço entre as missões Apollo 11 e 17; a única que voltou à Terra foi leiloada por 660 mil euros
Liliane Nakagawa20/08/2019 00h25, atualizada em 20/08/2019 00h40

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No ápice da corrida espacial seria impensável não registrar o momento em que Armstrong, Michel Collins e Buzz Aldrin tocariam o chão poroso da Lua. Em 16 de julho de 1969, às 22h56, o astronauta que deu o primeiro passo na Lua eternizava o momento com a frase “um pequeno passo para o homem, um grande passo para a humanidade” – alguém se lembra?

Cinquenta anos depois, 12 câmeras Hasselblad estão na Lua até hoje. A prática foi repetida em mais cinco missões, um investimento equivalente a US$ 150 bilhões, em valores atualizados. Das fotografias mais emblemáticas e desejadas por colecionadores e especialistas estão o retrato de Aldrin feito por Armstrong. E claro, a foto da Terra vista de lá. No total, a Nasa levou 14 câmeras entre as missões Apollo 11 e 17, mas apenas uma retornou à Terra, sendo leiloada por 660 mil euros. As outras 13 – cada uma pesando vários quilos – ficaram sob o terreno lunar a fim de permitir que astronautas trouxessem pedras à Terra, já que o peso era uma preocupação nas missões.

Reprodução

 A conquista foi registrada com duas câmeras Hasselblad foram tiradas do módulo lunar Eagle. Uma delas foi a câmera Hasselblad Electric (HEC) equipada com uma lente Zeiss Planar 80 mm f/2,8, que foi utilizada para captar o pouso de dentro do módulo lunar. Esta foi a câmera atada à parte dianteira do traje de Armstrong, que nunca, até então, tinha sido testada em condições extremas do espaço. De cor prateada, o portátil foi pintado com prata para auxiliar na estabilização das imagens a temperaturas entre -65°C a 120°C. Uma segunda câmera – Hasselblad Data (HDC) – era equipada com uma grande-angular Zeiss Biogon 60mm f/5,6 e um rolo com capacidade de 200 cliques, criação da Kodak especialmente para a missão.

Após tiradas as fotografias, a câmera foi içada com o auxílio de uma linha para dentro do módulo. As câmeras, lentes e demais acessórios foram descartados na superfície lunar para diminuir o peso e aumentar as chances de retorno bem-sucedido. Portanto, além de serem os primeiros a obter imagens do satélite, também foram os primeiros a jogar lixo por lá.

Reprodução

Quanto às filmagens, elas foram realizadas com duas câmeras Maurer de 16mm, além de uma câmera de tv a cores instalada no módulo Columbia e outra, preto a branco, presa ao Eagle. Foram cerca de 600 milhões de pessoas assistindo ao vivo a façanha do trio pela televisão.

Via: FHOX/Exame

Liliane Nakagawa é editor(a) no Olhar Digital