A Rússia distribuirá o primeiro lote de sua vacina em duas semanas, disse o ministro da saúde Mikhail Murashko em entrevista coletiva nesta quarta-feira (12). A princípio, a produção será destinada ao mercado interno, e os médicos serão priorizados na imunização.
A velocidade com que o imunizante russo foi desenvolvido e registrado gerou preocupação entre a comunidade científica internacional. Dentre os principais fatores que causam ceticismo, está o fato de que a vacina ainda não chegou à terceira e última etapa de testes. Além disso, cientistas alegam que a Rússia não apresentou evidências consistentes em relação à segurança do imunizante.
Murashko classificou como “sem fundamento” as acusações de que a vacina russa não seria segura. “Nossos colegas do ocidente puderam sentir a vantagem competitiva do nosso imunizante e estão tentando expressar algumas opiniões que são completamente injustificadas”, disse ele.
Mikhail Murashko, ministro da saúde da Rússia. Imagem: Governo da Rússia
Alexander Gintsburg, chefe do Instituto Gamaleya (responsável pela produção da vacina), afirmou que as pesquisas foram conduzidas com base numa plataforma científica russa de renome, a mesma que foi utilizada para desenvolver vacinas contra o ebola, a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) e uma série de outras doenças.
De acordo com Gintsburg, depois dos médicos, serão vacinadas crianças e idosos. Ele próprio tem 68 anos e afirma já ter tomado a vacina há cinco meses. A imunização acontecerá por meio de duas aplicações separadas por um intervalo de três semanas e o instituto espera produzir 10 milhões de doses até janeiro.
O Fundo de Investimento Direto da Rússia (RDIF) negocia a venda da vacina para outros países. No Brasil, o governo do Paraná já demonstrou interesse em participar de sua produção e distribuição, e deve assinar parceria ainda nesta quarta-feira (12). O Cazaquistão planeja enviar representantes a Moscou para discutir a possibilidade de fechar também um acordo de produção.
Via: Anadolu Agency