Covid-19: Ministério da Saúde diz que testará 24% da população

Segundo secretário de Vigilância em Saúde, metade dos testes serão do tipo RT-PCR e a outra parte corresponde a exames sorológicos
Redação23/06/2020 23h20

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O Ministério da Saúde vai anunciar um programa estratégico para realizar mais de 50 milhões de testes para a Covid-19. A informação foi divulgada por líderes da pasta em audiência pública realizada virtualmente, nesta terça-feira (23).

Segundo a Agência Senado, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, disse a parlamentares que não pretendia antecipar detalhes sobre a estratégia. No entanto, ele solicitou ao secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, que apresentasse mais informações.

O técnico então esclareceu que a pasta pretende testar 12% da população com exames do tipo RT-PCR, e mais 12% da população com testes sorológicos, também conhecidos como testes rápidos.

“A gente vai divulgar com detalhes todo o nosso programa, mas o principal problema, a principal missão que o ministro nos deu, foi de agilizarmos essa testagem”, afirmou Medeiros.

O RT-PCR é considerado o padrão-ouro de exames para diagnosticar a Covid-19. O procedimento analisa a presença do material genético do novo coronavírus em amostras de secreções da nasofaringe de pacientes. As amostras são coletadas com a utilização de swabs, um cotonete maior do que o comum, que é introduzido na narina da pessoa.

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Testes RT-PCR podem levar dias para serem processados em situações de alta demanda. Imagem: Reprodução 

Embora mais preciso, o exame também é mais caro e demanda maior tempo para indicar resultados se comparado com os testes sorológicos. Isso porque o PCR depende de processos laboratoriais.

Já os testes rápidos avaliam a incidência de dois anticorpos IgM e IgG em amostras de sangue. Como o organismo humano demora alguns dias para manifestar respostas imunes contra o coronavírus, o exame é apropriado para identificar se uma pessoa já esteve em contato com o vírus. Por outro lado, o recurso apresenta pouca precisão para indicar se um indivíduo está ou não infectado no momento em que o teste é realizado.

Transparência de dados epidemiológicos

Parlamentares ainda aproveitaram a audiência pública para questionar a transparência de dados epidemiológicos da Covid-19. No início de junho, a pasta interrompeu a publicação do número de contaminações e mortes acumulados e indicou que passaria a classificar os registros pelas datas em que aconteceram, e não mais de acordo com a data de confirmação.

Após uma decisão do Supremo Tribunal Federal, no entanto, o Ministério da Saúde voltou a divulgar o total de mortes e casos registrados de Covid-19. A pasta também retomou a metodologia de contagem por data de confirmação e afirmou que iria adicionar os casos por data de ocorrência. Na audiência pública desta segunda-feira, Pazuello reforçou a intenção de adicionar a nova metodologia aos portais do ministério.

“O que se propôs, e eu já concordei com os deputados, é que nós tivéssemos também apresentado uma curva, para, em vez de colocar todos os registros juntos naquela data, colocar outra visualização agora, também por sugestão dos deputados, para que a gente tivesse outro modelo de gráfico, mostrando a data do óbito, para que o gestor possa acompanhar o resultado das suas ações naquele momento”, disse Pazuello.

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Ministro interino Eduardo Pazuello. Imagem: José Dias/PR

Ele ainda afirmou que a partir do final de semana a pasta também vai divulgar o número de leitos disponíveis, os percentuais de ocupação e a informações sobre a fila de espera por atendimento em hospitais públicos e privados do Brasil. Segundo o ministro interino, esses dados são fundamentais para o monitoramento da situação da pandemia em estados e municípios.

O militar ainda foi indagado sobre a ausência de entrevistas coletivas diárias do Ministério sobre a respeito da pandemia do novo coronavírus. Pazuello respondeu que a pasta procura realizar “coletivas mais consistentes”.

“A gente precisa ter mais dados, assuntos mais relevantes para tratar numa coletiva. Quando a gente para gestores no nível do ministro e dos secretários, nós estamos tirando o pessoal do trabalho, tirando o pessoal da produção. Por isso é que a gente diminuiu um pouco a rotina, mas estamos prontos para responder a qualquer motivo, a qualquer momento”, disse.

Fonte: Agência Senado

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital