A Fundação Getúlio Vargas divulgou nesta quinta-feira, 13, a segunda edição do seu Indicador de Confiança Digital (ICD), uma “pesquisa contínua que mede a perspectiva do brasileiro em relação à tecnologia frente a mudanças políticas, sociais, econômicas, ambientais ou mesmo tecnológicas”.
A novidade é que o índice de confiança do brasileiro na tecnologia sofreu uma queda de 10% no segundo semestre deste ano, segundo o estudo. Numa escala de 0 a 5, o otimismo dos brasileiros em relação ao que a tecnologia pode trazer de benefícios para a sociedade caiu de 3,9 para 3,4.
Para chegar a este resultado, a FGV entrevistou 1.305 pessoas nos seis meses terminados em outubro e perguntou o que cada uma achava de sete afirmações relacionadas a sentimento, ameaças e oportunidades no setor. Quanto mais próximo de 100%, maior a concordância do público com aquela afirmação.
O resultado foi o seguinte:
- “Eu espero sempre o melhor da tecnologia”: 86%;
- “A tecnologia me ajuda a relaxar”: 74%;
- “Muitas pessoas vão perder o emprego em função da tecnologia”: 29%;
- “Sou otimista a respeito do futuro da tecnologia”: 84%;
- “Estou mais perto dos meus amigos e parentes em função da tecnologia”: 78%;
- “A tecnologia vai criar oportunidades para as pessoas”: 86%;
- “A tecnologia me traz angústia e ansiedade”: 38%.
Houve queda em quase todos os indicadores da pesquisa entre o primeiro e o segundo semestre. De acordo com a FGV, as eleições de outubro pesaram na relação entre os brasileiros e a tecnologia, deixando o público mais desconfiado dos benefícios da inovação.
“Esse cenário de extrema polarização inundou a internet de conteúdo sobre o tema. Entre ideias, ataques e mentiras, o assunto foi pauta de inúmeras conversas pessoais além dos grupos de amigos e família no Facebook e WhastApp. As pessoas ficaram esgotadas”, afirma André Miceli, Coordenador do MBA de Marketing Digital da FGV e responsável pela pesquisa.
“Com a posse do presidente eleito, o tema deve ressurgir durante os primeiros 100 dias de governo e a oposição apontará qualquer falha, incoerência ou agendas que não concorda – o que é normal. Mas, dessa vez, a discussão deverá ser menos intensa, teremos uma manifestação menor do que nas eleições. Por isso, não será uma surpresa se o índice subir”, completa Miceli.
O estudo também indica que os mais jovens são os mais pessimistas em relação à tecnologia. Entre os entrevistados, aqueles com idade de 13 a 17 anos apresentaram o índice mais baixo de confiança: 67%. E os mais velhos são os mais otimistas: entre 55 e 64 anos, o índice chega a 76%.
A próxima edição do ICD deve ser divulgada em abril de 2019.