Restaurar a visão de pessoas que sofreram algum tipo de dano na retina é uma tarefa quase impossível, já que a retina humana não tem capacidade regenerativa. Mas a dos peixes tem, e, por isso, cientistas dos EUA estão tentando usar características delas para chegar a uma cura para humanos.
Pesquisadores da Universidade de Washington em Seattle afirmam que conseguiram hackear as células da retina de um camundongo para ela agir como a dos peixes, o que seria um começo na busca de cura para deficiência visual causada por lesão na retina, segundo o Fast Company.
Diferentemente da retina de mamíferos em geral, a dos peixes possui capacidades regenerativas graças a uma célula chamada glia de Müller, que consegue atuar como um neurônio que foi perdido.
A glia de Müller existe em mamíferos, mas a capacidade de se reprogramar para atuar como um neurônio está bloqueada, e o que os cientistas fizeram foi encontrar uma substância capaz de ativar esse poder.
Ao aplicar uma substância conhecida como TSA (tricostatina A) nas células glia de Müller aplicadas a uma retina lesionada, eles conseguiram fazer com que essas células se transformassem em dois tipos de neurônios que fazem parte da estrutura da retina.
Deu certo no caso dos camundongos, mas com ressalvas: os cientistas não conseguiram restaurar os neurônios fotorreceptores que convertem luz em sinal para o cérebro – ou seja, eles ainda não conseguiram uma forma de restaurar a visão em pacientes com lesão na retina. O próximo passo, portanto, é conseguir fazer isso, e, assim, devolver a visão a milhões de pessoas pelo mundo.