O iPhone X é caro, indiscutivelmente. Mesmo nos EUA, o aparelho tem seu preço bastante acima do que sempre foi a média do mercado, custando US$ 1.000 em um mercado cujos concorrentes custam entre US$ 700 e US$ 800. Isso faz com que o mercado de clones do aparelho seja bastante frutífero, com um modelo em específico analisado pelo site Motherboard se destacando pelo cuidado com detalhes.
Custando apenas US$ 100 (10% do valor do original), o aparelho sem marca copia absolutamente tudo que é possível do iPhone. O entalhe no topo da tela está lá, toda a interface do iOS foi copiada sobre um sistema Android, usando até mesmo um conector Lightning, que é exclusivo de aparelhos Lightning, que realmente funciona tanto para transferência de dados e para recarga.
Também há um cuidado evidente com a embalagem, tentando simular a experiência de abrir a caixa de um produto da Apple, contando até mesmo com a tradicional mensagem de “Bem-vindo ao iPhone”.
É analisando os pormenores que as diferenças ficam mais evidentes. O aparelho usa um chipset MediaTek MT6580, normalmente aplicado em smartphones de baixo custo. Da mesma forma, o Android usado com essa skin de iOS é na verdade da versão 6.0 (Marshmallow), que já tem três anos de seu lançamento. Elementos mais rebuscados do iPhone X também se mostram ausentes, como os sensores do FaceID e a Haptic Engine.
O mais preocupante, no entanto, é que o aparelho é uma roubada enorme em termos de segurança digital. Uma análise mais aprofundada feita pela empresa de segurança Trail of Bits e a conclusão foi simples: fique longe. O celular conta com uma série de backdoors (“portas dos fundos”), que podem ser usadas para que alguém acesse o aparelho remotamente em busca de informações que possam render alguma vantagem. Além disso, o celular vem carregado com aplicativos maliciosos, com permissão de acessar todos os dados privados do usuário. Por ser um clone do iPhone X, não seria de se surpreender que houvesse uma janela de login do iCloud, e essas credenciais poderiam ser imediatamente roubadas para ganhar acesso a todo o conteúdo na nuvem da vítima.
Se você entende inglês, vale a pena dar uma olhada no texto completo do Motherboard que mostra que, por mais que seja impossível recomendar um aparelho do tipo para qualquer pessoa, ele não deixa de ser um smartphone interessante, justamente pelo cuidado com alguns detalhes.