As clínicas médicas da Ping An Good Doctor, empresa chinesa de saúde, fazem o atendimento completo do paciente, incluindo diagnóstico e medicação, em um minuto. Para isso, toda a operação é feita por meio de inteligência artificial e sem funcionários.

E os planos da empresa para este formato são ambiciosos. Atualmente, a companhia está construindo as mil das chamadas “Clínicas de um Minuto” na China. 

Mais de 2 mil doenças comuns, com seus sintomas, diagnósticos e tratamentos estão no banco de dados do software usado pela Ping An Good Doctor. O sistema identifica a doença e indica o tratamento mais adequado a partir de uma análise do quadro do paciente, tudo isso em 60 segundos. Em caso de necessidade de medicação, as unidades contam com 100 categorias de remédios estocados. E não é preciso se preocupar se a medicação estiver indisponível: o paciente pode pedi-la pelo app da empresa. Confira no vídeo abaixo um projeto similar desenvolvido pela mesma empresa em setembro do ano passado:

 

“Nosso ‘Doutor Inteligência Artificial’ foi desenvolvido pelos nossos médicos em conjunto com mais de 200 especialistas em inteligência artificial”, afirma o porta-voz da empresa. “Depois da consulta, um médico experiente, remotamente, entra em contato com o paciente para dar recomendações complementares e verificar a assertividade do diagnóstico”.

Inteligência artificial e saúde no Brasil

A inteligência artificial cumpre um papel importante na saúde do Brasil. A Data H, startup brasileira, tem 60% de seus clientes na área de saúde. No Hospital do Câncer em Barretos, a tecnologia da empresa é capaz de classificar a gravidade de diferentes casos de câncer por meio de análise de imagem médica, usando a inteligência artificial. Assim, o profissional pode priorizar o atendimento para os pacientes com diagnósticos mais graves, explica a reportagem da Época Negócios.

Outro exemplo é o Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde (LABDAPS), da USP, que trabalha na aplicação da inteligência artificial e aprendizado de máquina para problemas da área de saúde. De acordo com o professor Alexandre Chiavegatto Filho, diretor do LABDAPS, as novas tecnologias já melhoram a eficiência de clínicas médicas no país.

“Os médicos perdem muito tempo com burocracias como o prontuário eletrônico, por exemplo. O que já existe são algoritmos que preenchem automaticamente os prontuários com todas as informações que o paciente forneceu ao médico durante o atendimento”, explica Alexandre à StartSe. “Isso, claro, além de trazer melhorias aos diagnósticos, evita exames repetitivos e auxília na tomada de decisão dos médicos”.

No entanto, o professor acredita que a tecnologia não substitui a interação humana – como visto na China, nas clínicas da Ping An Good Doctor. “O algoritmo vem para dar mais subsídios para que a tomada de decisão do médico seja baseada em dados. Ao meu ver, a tecnologia vai aumentar a demanda pelos profissionais da área de saúde, porque eles tomarão decisões melhores e serão procurados por mais pessoas”.

“Talvez um algoritmo tome melhores decisões que um humano. Mas com certeza um humano aliado a um algoritmo toma decisões melhores que um algoritmo sozinho”, completa Alexandre.