Começou nesta semana o recadastramento de clientes que usam celular pré-pago em todo o país. A ideia é convocar os usuários que têm pendências para que eles as resolvam e, assim, evitem ter suas linhas bloqueadas.
O processo, entretanto, deve ir mais longe. As operadoras de telecomunicações querem exigir que quem ativar novas linhas pré-pagas instale um aplicativo para enviar informações cadastrais.
Dados como RG, CPF e comprovante de residência devem continuar a ser exigidos — com a diferença de que os documentos terão de ser digitalizados e enviados pela ferramenta. Além disso, os clientes deverão mandar uma foto de rosto, no estilo selfie. A previsão é de que a exigência comece no segundo semestre de 2020.
O app usado na operação será um só para todas as operadoras, mas elas garantem que as bases de dados não serão compartilhadas. O aplicativo, que já está em desenvolvimento, deve ser testado no início de 2020.
Todo esse movimento tem um objetivo: ajudar a combater as fraudes cadastrais das linhas pré-pagas. Paralelamente, as empresas estudam se exigirão o procedimento também para novos clientes do sistema pós-pago.
Quando os celulares pré-pagos chegaram ao país, os usuários não precisavam se cadastrar: bastava comprar um chip para ter uma linha habilitada. Com isso, houve muito espaço para a aplicação de golpes.
Em 2003, uma lei passou a exigir que as operadoras registrem e mantenham atualizados os dados cadastrais desses clientes. Como a cultura anterior já está institucionalizada, o cadastro nunca chegou a ser totalmente consistente.
Para identificar quais são os clientes com dados incoerentes, as bases de dados das linhas pré-pagas foram comparadas com as da Receita Federal do Brasil (RFB). Nesse processo, observou-se que 1% desses consumidores (cerca de 1,2 milhão de linhas) têm de atualizar as informações.