Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas, disse que vai encerrar a importação de cigarros eletrônicos e proibir seu uso em lugares públicos, depois que um adolescente contraiu uma doença pulmonar ligada ao uso do aparelho.

“Vou proibir o uso e a importação”, disse Duterte em um anúncio televisionado na noite de ontem (19). “Agora estou ordenando às agências policiais que prendam qualquer pessoa que utilize o cigarro eletrônico em público, eles possuem nicotina e outros químicos desconhecidos”, completou.

A proibição acontece dias depois de o Departamento de Saúde do país ter dito que um adolescente do país que fumava cigarros eletrônicos foi diagnosticado com uma lesão no pulmão. É possível que esse seja o primeiro caso conhecido na Ásia da “doença misteriosa” que vitimou quase 40 pessoas nos EUA.

O surto transformou rapidamente atitudes globais contra a indústria de cigarros eletrônicos. Antes considerado uma ferramenta útil para ajudar os fumantes a parar de fumar, os vaporizadores agora são proibidos em cerca de 30 países, incluindo Índia e Brasil.

O pronunciamento de Duterte é inesperado, isso porque no mês passado, o secretário das Finanças das Filipinas, Carlos Dominguez, disse que a proibição de cigarros eletrônicos era improvável, mas que eles poderiam aumentar os impostos referentes ao produto. As Filipinas sempre foram vistas, pelos fabricantes do cigarro, como um dos mercados promissores no sudeste da Ásia.

O grupo LT Inc, do bilionário Lucio Tan, cuja unidade de tabaco é parceira filipina da Philip Morris, viu suas ações subirem pelo segundo dia, chegando a 2,9% nesta quarta-feira. A JG Summit Holdings, cuja unidade fez parceria para levar seus produtos para as Filipinas, caiu em 1%.

Na última sexta-feira (15), o Departamento de Saúde divulgou a informação de que um jovem de apenas 16 anos foi internado em terapia intensiva no mês passado após sentir falta de ar repentina. Ele foi diagnosticado com “lesão pulmonar associada ao vaporizador” que correspondia aos critérios do Centro de Controle de Prevenção de Doenças dos EUA. Ele recebeu alta após ser tratado.

 

Via: Bloomberg