Pesquisadores da IBM publicaram nesta semana uma descoberta que oferece um empolgante vislumbre do futuro da computação. O estudo descreve uma técnica que permite armazenar e ler bits de informação a partir de um único átomo.

Como você deve saber (a menos que tenha perdido as aulas de ciências do ensino fundamental), átomos são a menor unidade de matéria que podemos manipular de forma confiável. Menor do que isso apenas partículas quânticas, que ainda não são tão facilmente manipuláveis e são objeto de estudo de outro campo da computação, esse ainda longe de resultados práticos.

O que os pesquisadores da IBM fizeram foi posicionar um átomo de hólmio sobre uma superfície de óxido de magnésio. Nessa configuração, é possível manter os pólos magnéticos dos átomos estáveis, mesmo próximos a outros elementos magnéticos.

Aplicando pequenas descargas elétricas com uma agulha microscópica, é possível inverter a orientação desses pólos, realizando a escrita dos dados. Para ler a informação armazenada, se 0 ou 1, o disco rígido mede a corrente magnética no átomo para determinar qual pólo está “para cima”.

Em outras palavras, esse é basicamente o mesmo sistema de leitura e escrita de um HD moderno. Grosso modo, os eletroímãs na chamada “cabeça de leitura” dos HDs que usamos nos nossos PCs trocam descargas elétricas com o disco rígido e interpretam os pólos positivos ou negativos como sendo 0 ou 1.

Graças a essa técnica, a IBM conseguiu armazenar um bit dentro de um átomo. Um HD comum hoje precisa de 100 mil átomos para armazenar o mesmo valor. Segundo a empresa, essa técnica pode, em tese, permitir a fabricação de HDs do tamanho de um cartão de crédito capazes de armazenar 35 milhões de músicas, ou todo o catálogo do iTunes.

A ideia de um “disco rígido atômico” abre diversas possibilidades, especialmente a de HDs menores e mais densos capazes de armazenar quantidades absurdas de dados. Por enquanto, porém, a técnica requer o uso de uma máquina criada pela IBM chamada STM, um microscópio eletrônico refrigerado a nitrogênio líquido e que só opera no vácuo.

Ou seja, o processo todo de leitura e escrita é lento, caro e basicamente impraticável para as necessidades que temos hoje. O estudo da IBM pelo menos prova que a ideia de HDs atômicos não é pura ficção científica, e ainda tem muito potencial para ser desenvolvida e empregada no mundo real.

Via TechCrunch