De todos os produtos ou serviços que o Google possui, o YouTube é provavelmente o que causa mais polêmica. Desde o início desse ano, vimos a internet parar para ver casos de pedofilia na plataforma. E, conforme os problemas vão aparecendo, a empresa modifica suas políticas para tentar reduzir esse tipo de situação.

Sundar Pichai, CEO do Google, deu uma entrevista exclusiva ao site AXIOS. Ele reconheceu que o YouTube ainda tem muitos problemas para resolver, e que o nível de controle sobre a plataforma está distante daquele que a empresa tem em outros serviços.

Na entrevista, Pichai afirmou que “não estamos onde queremos estar”, e fez referência a como os resultados aparecem no Google. O CEO quer que algo parecido aconteça no YouTube:

“Nós classificamos o conteúdo com base na qualidade. É por isso que estamos levando essa mesma noção e enfoque ao YouTube, para que possamos classificar melhor o material de maior qualidade e realmente evitar conteúdo questionável. O conteúdo que não viola exatamente políticas, que precisa ser eliminado, mas que ainda pode causar danos”.

Sundar ressaltou que na empresa “ninguém quer ver conteúdo prejudicial” em suas plataformas e declarou que, no último trimestre, foram eliminados nove milhões de vídeos do YouTube. Contudo, enfatizou as dificuldades de fazer essa filtragem e remoção, tanto em aspectos técnicos quanto sociais.

Além disso, o YouTube é uma plataforma com alguns números vertiginosos, com centenas de horas de vídeo enviados a cada minuto. Isso dificulta muito a detecção de materiais que não violam as políticas, mas podem ser prejudiciais e vice-versa.

Nós vivemos um exemplo há alguns meses, quando um algoritmo do YouTube confundiu o incêndio da Catedral de Notre Dame em Paris com os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 em Nova York, conforme indicou o tuíte abaixo:

No início da semana passada, o YouTube anunciou mudanças na política de discurso anti-ódio na plataforma, dizendo que eliminaria conteúdos que promovessem ódio e supremacia racial.

Sua mais recente polêmica tem participação do comentarista americano Steven Crowder. O jornalista Carlos Maza denunciou publicamente que estava sendo ofendido por Crowder em seu canal no YouTube, onde ele passou a ser chamado de “gay mexicano” ou “bicha gay”.

No início, a plataforma respondeu à reclamação de Maza alegando que, embora soubessem que se tratava de um conteúdo “nocivo”, ele não violava suas políticas e diretrizes. Essa decisão gerou muita movimentação nas redes e, horas depois, a empresa recuou e anunciou que “suspendeu a monetização” do canal Steven Crowder.