O conselho diretor da Uber se reuniu neste domingo, 11, para discutir uma série de ações propostas em um relatório elaborado pelo ex-procurador-geral dos Estados Unidos Eric Holder. Holder foi contratado pela companhia para tocar uma auditoria interna devido a uma escalada de escândalos envolvendo assédios morais e sexuais dentro da Uber.
Segundo reporta a Reuters, todas as sugestões feitas pelo advogado foram acatadas e serão comunicadas aos mais de 12 mil funcionários da Uber na terça-feira, 13. Especula-se que isso resulte em intervenções pesadas na área de recursos humanos e em outras que são controladas quase que autonomamente por um grupo de executivos próximos ao CEO Travis Kalanick.
Na mesma reunião, de acordo com fontes da agência, o conselho discutiria também a possibilidade de afastar temporariamente o CEO, seja posicionando-o em um cargo menor ou permitindo que mantivesse o título, contanto que seus poderes fossem reduzidos.
Kalanick acabou colocado no centro das várias polêmicas que abateram a Uber nos últimos meses — além dos casos de assédio, também houve campanhas de boicote, uma briga contra o Google por suposto roubo de propriedade intelectual, problemas na Justiça devido ao uso de uma ferramenta que potencialmente enganava agentes da lei, entre outras.
Só que essa associação com os problemas não aconteceu apenas porque ele é o principal executivo da companhia, mas também devido ao seu comportamento. Kalanick teve o nome envolvido em episódios que causaram questionamentos, como quando ele e outros executivos visitaram um bordel. O CEO também foi filmado discutindo com um de seus motoristas e, recentemente, um e-mail escrito por ele vazou, mostrando como Kalanick se direcionava aos funcionários com relação à prática de sexo e uso de drogas em festas da empresa.